O mineiro Paulo Sérgio Vieira, de 41 anos, foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado, acusado de matar a companheira Edinalva Ferreira da Silva, de 22 anos, com golpes de taco de beisebol na cabeça, em Boston, Massachusetts, em 2011.
Ele fugiu para o Brasil logo após o crime, de acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que divulgou a sentença na terça-feira, 15. O julgamento ocorreu no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, no dia 11.
Ainda segundo o MPMG, o réu matou a mulher covardemente, por puro sentimento de posse, dentro do apartamento do casal, e deixou o corpo no local sob forte refrigeração pelo aparelho de ar condicionado, a fim de retardar o estado de putrefação, e saiu às pressas dos EUA – onde já morava há 10 anos – e retornou ao Brasil no dia seguinte.
Ao chegar em Sobrália (MG), cidade natal dos dois, dissimulou a situação da morte da esposa por vários dias, tendo, inclusive, participado de um churrasco de boas-vindas organizado pelo seu sogro como se nada tivesse acontecido.
A notícia da localização do corpo, já em estado de decomposição, chegou à família da vítima 17 dias depois.
Desde a ciência do fato pelas autoridades brasileiras, em 22 de setembro de 2011, até a sessão plenária do Júri, o réu esteve solto, inclusive residindo na região de Sobrália, no Vale do Rio Doce, a 54 km de Governador Valadares, tendo cumprido apenas 30 dias de prisão temporária em 2013.
Edinalva migrou para os EUA em 2009, mesmo ano em que conheceu e se casou com Paulo Sérgio. Ela foi assassinada no dia 4 de setembro de 2011, após ser golpeada várias vezes na cabeça com um taco de beisebol.
Na sessão do júri, a promotora de Justiça Renata Valladão Nogueira Lopes Lins destacou que a motivação do crime foi o ciúme e o sentimento de posse do marido.
Enquanto o casal morava nos Estados Unidos, Vieira ligava frequentemente para a família da vítima no Brasil queixando-se de comportamentos que, na opinião dele, eram inadequados, como: não deixar que o companheiro tivesse acesso ao celular dela, chegar em casa fora do horário e "andar bem arrumada".
No Tribunal do Júri, a promotora ainda demonstrou que a vítima teve dificuldades para se defender, pois estava sozinha com o marido dentro do apartamento e foi atingida pelas costas, com golpes de taco de beisebol que lhe acertaram a parte posterior da cabeça.