O presidente Joe Biden, que busca se reeleger falando em aliviar o bolso dos eleitores, prometeu reduzir, nesta terça-feira (29), o preço de dez medicamentos para tratar doenças graves e provocou protestos de empresas farmacêuticas.
Enquanto "a indústria farmacêutica obtém lucros recordes, milhões de americanos se veem obrigados a escolher entre pagar os medicamentos de que necessitam para viver, ou pagar a comida, o aluguel e outras necessidades básicas. Esses dias estão chegando ao fim", disse o presidente democrata em um comunicado.
As pessoas no Medicare que tomaram os 10 medicamentos citados pagaram um total de US$ 3,4 bilhões em custos diretos por eles em 2022, de acordo com o governo. O custo para o Medicare foi muito mais elevado – cerca de 50 mil milhões de dólares no total.
Os Estados Unidos pagam em média 2,5 vezes mais pelos medicamentos com receita do que países como a França, segundo um estudo da Rand Corporation.
Inicialmente, a Casa Branca escolheu dez medicamentos, cujos preços a partir de agora poderão ser negociados pelo Medicare, o sistema que fornece cobertura de saúde para maiores de 65 anos.
Segundo o governo americano, em 2022, as pessoas idosas tiveram de gastar 3,4 bilhões de dólares (R$ 17,5 bilhões na cotação da época) em tratamentos para coágulos sanguíneos, diabetes, problemas cardíacos, psoríase e câncer de sangue.
Um desses remédios, o anticoagulante Eliquis (apixaban), é utilizado por mais de 3,7 milhões de beneficiários do Medicare.
O laboratório Bristol Myers Squibb, seu fabricante, disse que os beneficiários do Medicare com prescrição para esse medicamento "podem obtê-lo atualmente com gastos relativamente baixos, por uma média de 55 dólares (R$ 267,00) ao mês" e afirma que a iniciativa de Biden põe isso "em risco".
O grupo Johnson & Johnson, que produz dois dos fármacos inclusos na medida, disse que a reforma "restringiria a inovação médica, limitaria o acesso e a escolha dos pacientes, e refletiria negativamente na qualidade geral da assistência".
A lista inclui:
- anticoagulantes Eliquis e Xarelto
- medicamentos para diabetes Jardiance, Januvia, Farxiga e Fiasp/Novolog insulina
- Enbrel e Stelara, medicamentos usados para tratar doenças autoimunes como artrite reumatóide, psoríase e doença de Crohn
- Imbruvica, um medicamento que trata câncer no sangue
O poder de negociar os preços vem da Lei de Redução da Inflação aprovada no ano passado. As negociações propriamente ditas ocorrerão durante os próximos dois anos, com os preços anunciados até 1 de setembro de 2024. Mas os preços mais baixos dos medicamentos só começarão em 2026.
Fonte: Agence France-Presse.
No senior should have to overpay for life-saving drugs to pad Big Pharma’s pockets.
— President Biden (@POTUS) August 29, 2023
My Administration is announcing the first 10 Medicare Part D drugs selected for price negotiation.
We're ending the days of deciding between buying your medicine or putting food on the table. pic.twitter.com/oEMkaXAjWb

