O presidente Joe Biden está "firmemente comprometido" a defender o acesso das mulheres ao aborto nos Estados Unidos, informou a Casa Branca. A declaração veio depois de a Suprema Corte anunciar que examinará as restrições impostas a uma pílula abortiva amplamente utilizada no país e o Texas negar a uma mulher o direito ao aborto mesmo com risco para mãe e bebê.
"Nenhuma mulher deve ser forçada a ir a tribunal ou a fugir do seu estado natal apenas para receber os cuidados de saúde de que necessita. Mas foi exatamente isso que aconteceu no Texas, graças às autoridades eleitas pelos republicanos, e é simplesmente ultrajante. Isso nunca deveria acontecer na América, ponto final", diz o presidente em comunicado oficial na quarta-feira, 12.
Na segunda-feira, 11, a Suprema Corte do Texas decidiu contra Kate Cox, uma mãe de dois filhos, de 31 anos, que entrou com uma ação na semana passada para encerrar uma gravidez que ela e seus médicos dizem ameaçar sua vida e fertilidade futura. Acredita-se que o processo seja uma das primeiras tentativas no país por parte de um indivíduo que busca na justiça um aborto desde que a Suprema Corte revogou Roe v. Wade no ano passado.
Os médicos de Cox foram ameaçados com pena de prisão perpétua pelo procurador-geral do Texas, o republicano Ken Paxton, endossado por Donald Trump. A mulher acabou deixando o estado para tentar fazer um aborto antes da decisão da Suprema Corte do Texas.
De acordo com um comunicado da porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, "o presidente Biden e a vice-presidente [Kamala Harris] continuam firmemente comprometidos em defender o acesso das mulheres à saúde reprodutiva".
"O caos jurídico e médico, como estamos testemunhando em estados como Texas, Kentucky e Arizona, é um resultado direto da anulação do caso Roe v. Wade e, como previmos que aconteceria, a saúde e a vida das mulheres estão agora em jogo.
Autoridades eleitas republicanas impuseram proibições perigosas ao aborto que colocam em risco a saúde das mulheres, forçam-nas a viajar para fora do estado em busca de cuidados e ameaçam criminalizar os médicos. A sua agenda é extrema e está em descompasso com a grande maioria dos americanos.
A Vice-Presidente e eu continuaremos a lutar para proteger o acesso aos cuidados de saúde reprodutiva e a instar o Congresso a restaurar agora as proteções do caso Roe v. Wade, para que as mulheres em todos os estados tenham o direito de tomar as suas próprias decisões sobre cuidados de saúde", acrescenta o comunicado.