Médicos de Nova York relataram o suposto primeiro caso de uma rara infecção por um fungo de transmissão sexual no país, o Trichophyton mentagrophytes tipo VII (TMVII).
A micose sexualmente transmissível causada pelo fungo raro foi relatada pela primeira vez e confirmada em artigo publicado na JAMA Dermatology por médicos da NYU Langone Health, na cidade de Nova York. Ela ocorre no momento em que médicos de todo o mundo dizem cada vez mais que estão tendo problemas para tratar infecções fúngicas.
O novo caso envolve um homem de Nova York de 30 anos que relatou ter feito sexo com vários homens durante uma viagem à Inglaterra, Grécia e Califórnia. Quando chegou em casa, ele desenvolveu uma erupção cutânea vermelha e com coceira nas pernas, na virilha e nas nádegas.
Os testes revelaram que ele tinha um fungo sexualmente transmissível, chamado Trichophyton mentagrophytes tipo VII. É a primeira vez que o fungo é identificado nos EUA. No ano passado, médicos na França relataram 13 casos desse tipo. Doze desses pacientes eram homens que fazem sexo com homens.
A condição não é fatal, mas a nova cepa é muito difícil de tratar e pode resultar em cicatrizes permanentes. O tratamento pode exigir meses de medicações. A infecção do paciente citado respondeu aos medicamentos antifúngicos padrão, mas levou quatro meses e meio para sarar completamente.
Ele recebeu fluconazol por quatro semanas sem melhora, depois seis semanas de terbinafina e aproximadamente oito semanas adicionais de itraconazol. Todos são antifúngicos orais.
Europa
Os médicos indicam que a micose, que anteriormente tinha casos descritos em animais domésticos, está se tornando mais frequente, especialmente entre homens que fazem sexo com homens. O paciente esteve na Europa, onde os casos são reportados com mais frequência, e onde ele fez sexo desprotegido com outros homens.
Dr. Avrom Caplan, professor assistente de dermatologia na NYU Grossman School of Medicine e autor do novo relatório, disse que o caso deveria aumentar a conscientização, mas não causar alarme no público em geral.
“Não há evidências de que isso seja generalizado ou que seja algo com que as pessoas realmente precisem se preocupar”, disse ele. “Mas se as pessoas estiverem tendo erupções com coceira em áreas como a virilha e não melhorarem, consulte um médico.”
O novo relato de caso é “notável”, disse Jeremy Gold, epidemiologista médico dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Ele enfatizou que os médicos deveriam considerar os fungos, juntamente com os vírus e bactérias, como uma causa potencial de doenças sexualmente transmissíveis.
Fonte: NBC News.