As eleições presidenciais nos Estados Unidos, que acontecem na terça-feira (5/11), apresentam algumas características bem diferentes do processo que muitos estão acostumados no Brasil.
Para começar, nem sempre o candidato mais votado pela população é quem ganha o pleito. O país adota o sistema de voto indireto, em que o Colégio Eleitoral é quem, de fato, escolhe o novo presidente.
Cada um dos 50 estados e o Distrito de Colúmbia tem um número de delegados no Colégio Eleitoral, relativo à quantidade de habitantes de cada região. Dessa maneira, quanto mais populoso um estado, mais vagas de delegados ele dispõe no Colégio Eleitoral.
Ao todo, são 538 delegados e, para ser eleito, o candidato vencedor precisa conseguir o voto de pelo menos 270.
Além disso, tem vantagem o candidato que vencer nos estados que possuem o maior número de delegados, uma vez que o mais votado em um estado leva todos os delegados da área, mesmo que ganhe por apenas um voto.
Isso não significa que o voto popular não tenha importância, uma vez que os delegados tomam suas decisões com base nos resultados da votação do dia 5 de novembro. No entanto, eles ainda podem chegar à uma conclusão distinta da grande maioria dos eleitores.
Quem pode votar nos Estados Unidos?
De acordo com a lei americana, para ser elegível ao voto nas disputas federais, a pessoa deve atender a dois requisitos fundamentais: ser cidadão americano e ter 18 anos ou mais no dia da votação. O voto não é obrigatório.
A cidadania pode ser obtida de três maneiras: pelo nascimento no território dos EUA, pelo nascimento no exterior de pais americanos ou por meio do processo de naturalização. Para os imigrantes, apenas este último é viável e envolve, na maioria dos casos, acumular pelo menos cinco anos de residência permanente.
Enquanto é proibido que estrangeiros votem em eleições federais ou estaduais, pelo menos 16 jurisdições dos EUA permitem o voto de não-cidadãos para certas eleições locais, como conselhos municipais ou até para prefeito.
Quem são os candidatos?
Os principais nomes da eleição são os candidatos dos dois maiores partidos americanos: os democratas e os republicanos. Em 2024, a candidata democrata é a atual vice-presidente Kamala Harris, e o candidato republicano é o ex-presidente Donald Trump.
Harris tem 60 anos e foi a primeira mulher a se tornar vice-presidente dos Estados Unidos. Se vencer, também se tornará a primeira mulher presidente. Seu candidato a vice é o governador de Minnesota, Tim Walz. Formada em Direito e Ciências Políticas, Kamala foi procuradora da cidade de São Francisco e, depois, do estado da Califórnia. Ela também foi senadora pelo estado entre 2017 e 2020. Ela foi escolhida por Joe Biden em 2020 para integrar a chapa dele à Casa Branca. A estratégia foi usada para atrair minorias, já que Kamala é negra e filha de imigrantes. Dentre suas propostas estão a legalização do aborto e a taxação de grandes fortunas.
Trump tem 78 anos e já foi presidente dos Estados Unidos entre 2017 e 2021. Ele chegou a tentar a reeleição em 2020, mas foi derrotado por Biden. O empresário escolheu J. D. Vance, senador pelo estado de Ohio, para compor sua chapa como vice. Antes de chegar à Casa Branca, o economista construiu uma carreira de sucesso após suceder o pai no comando da empresa familiar. Como presidente, Trump foi criticado pela condução das políticas para o combate à pandemia de Covid-19 e pelo comportamento controverso. Entre seus pontos fortes, de acordo com os eleitores, estão a economia e uma política firme de imigração.
Outros partidos de terceira via e candidatos independentes também estão na corrida e, embora não tenham chances reais de vitória, podem ter impacto no resultado.
Apuração dos votos
Outra grande diferença entre as eleições no Brasil e nos EUA é a contagem dos votos. Enquanto os votos populares no Brasil são feitos nas urnas eletrônicas e contabilizados de forma automática, os votos nos EUA são físicos, e podem levar dias para serem totalmente contabilizados.
No dia 5 de novembro, os EUA irão eleger, além do novo presidente e vice, novos deputados e senadores, e não devemos ter todos os resultados ainda na terça-feira.
Ambos os principais candidatos presidenciais estão praticamente empatados nas pesquisas, com pequenas oscilações entre um e outro.