Donald Trump conquistou uma vitória histórica na eleição presidencial dos Estados Unidos, realizada na quarta-feira (6), ao superar Kamala Harris tanto no voto popular quanto no Colégio Eleitoral.
Além de conquistar mais de 70 milhões de votos dos eleitores, o ex-presidente se garantiu com mais de 270 delegados no Colégio Eleitoral, o número necessário para ser proclamado vencedor da eleição. Com essa vitória, Trump retorna à Casa Branca após quatro anos de mandato do democrata Joe Biden, marcando também o retorno dos republicanos na preferência do voto popular após duas décadas de derrotas, desde a vitória de George W. Bush em 2004.
Trump obteve vitórias decisivas nos estados-chave — regiões onde o apoio partidário não é consolidado e o voto tende a ser mais disputado. Esses estados, que incluem Carolina do Norte, Geórgia, Wisconsin, Michigan, Arizona, Nevada e Pensilvânia, foram o centro das atenções nas últimas semanas da campanha. Embora algumas pesquisas indicassem uma pequena vantagem para Trump em alguns deles, os resultados finais mostram que ele levou a melhor em todos os chamados 'Swing States', consolidando sua vitória.
Uma das vitórias mais significativas para Trump foi em Wisconsin, estado estratégico onde o Partido Republicano concentrou grande parte de sua campanha. Foi justamente lá que ele garantiu os 270 delegados necessários para sua reeleição. Em 2020, Trump perdeu o estado por uma margem apertada para Joe Biden. Desde então, os republicanos traçaram uma estratégia de reconquistar o apoio dos eleitores locais.
Em estados tradicionalmente democratas, Trump também teve um desempenho superior ao de 2020, quando foi superado por Biden. Apesar de Kamala Harris ter vencido nas urnas nesses estados, a diferença foi menor do que o esperado, especialmente em locais como Virgínia, Minnesota e Novo México.
Com promessa de "era de ouro da América", o republicano se dirigiu aos seus apoiadores na Flórida como presidente eleito dos Estados Unidos na madrugada desta quarta-feira (6). Em seu discurso, prometeu fechar as fronteiras, corte de impostos e redução do déficit, afirmou que seu slogan será: 'Promessas feitas serão cumpridas', e pregou a união entre todos os americanos.
Essa será a primeira vez que uma pessoa condenada pela Justiça governará o país. Em maio deste ano, ele foi condenado por fraude contábil ao declarar como gasto de campanha um pagamento feito a uma ex-atriz pornô.
O republicano ainda é réu em três processos diferentes, com dezenas de acusações. Em um deles, Trump é acusado de tentar reverter de forma ilegal o resultado das eleições presidenciais de 2020. O presidente eleito também é acusado por 18 mulheres de crimes sexuais — três deles estupros — segundo um levantamento da rede de TV norte-americana ABC. Ele nega todas as acusações.
Após a eleição, é provável que o Departamento de Justiça abandone algumas das acusações. Desde que os processos foram abertos, a principal estratégia da defesa foi adiar os julgamentos para até depois da eleição para que, se eleito, Trump pudesse demitir o procurador responsável e encerrar os casos.
O republicano foi parabenizado por líderes mundiais, incluindo o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Trump tomará posse na inauguração presidencial na segunda-feira, 20 de janeiro de 2025, momento em que assumirá legalmente os poderes e responsabilidades da presidência. Ele será o 47º presidente dos EUA e o segundo na história do país a ter dois mandatos não consecutivos. Aos 78 anos, o magnata também será o mais velho a assumir a presidência, superando o recorde de Joe Biden.

