Funcionários dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) receberam uma ordem, na segunda-feira (27), para interromper toda a comunicação com a Organização Mundial da Saúde (OMS), confirmaram diversos oficiais de saúde federais, como parte de uma medida para cumprir a ordem executiva do presidente Trump da semana passada.
Além de iniciar o processo de retirada formal do financiamento da OMS, que duraria um ano, a ordem executiva de Trump também instruía que agências federais "recolhessem e reassignassem" todo o pessoal do governo dos EUA que estivesse trabalhando com a OMS.
A direção para implementar essa ordem foi dada pelo vice-diretor de Saúde Global do CDC, John Nkengasong, por meio de um e-mail enviado na segunda-feira, com instruções adicionais sobre quando e como exceções poderiam ser feitas. O e-mail também indicava que os funcionários do CDC designados para trabalhar na OMS não deveriam comparecer ao escritório até novas orientações.
Trump tem sido um crítico constante da OMS, culpando a organização pelo mau manejo da pandemia de COVID-19 e alegando que a OMS recebe muito dinheiro dos EUA, que é o maior doador. Em um evento em Las Vegas no dia 25 de janeiro, Trump afirmou que a OMS ofereceu reduzir o compromisso de financiamento dos EUA para o nível das contribuições feitas pela China. "Talvez possamos considerar fazer isso novamente. Não sei. Talvez sim. Mas eles precisam se limpar um pouco", afirmou Trump.
Ex-funcionários da saúde dos EUA alertam que a retirada do país da OMS pode prejudicar esforços de resposta a doenças, além de enfraquecer a agência da ONU e dificultar a preparação de autoridades americanas. Muitos oficiais dos EUA ouviam sobre surtos preocupantes por meio da OMS, especialmente em países que evitam trabalhar diretamente com autoridades americanas. A OMS também depende de especialistas em doenças enviados pelos EUA e outros países para preencher suas equipes.
James LeDuc, professor da Universidade do Texas e ex-funcionário do CDC e da OMS, afirmou que "não há alternativa à OMS", ressaltando que a organização tem o mandato global necessário para abordar problemas de saúde de forma coordenada e em escala mundial.
Fonte: CBS

