A economia dos Estados Unidos apresentou retração nos primeiros meses do segundo mandato do presidente Donald Trump, em meio a uma onda de propostas de tarifas que aumentaram a incerteza entre empresas e consumidores.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu a uma taxa anualizada de 0,3% no trimestre encerrado em março, marcando uma queda acentuada em relação ao crescimento de 2,4% registrado nos últimos três meses de 2024. Parte dessa retração é atribuída a um aumento nas importações, já que empresas estocaram mercadorias para evitar os efeitos das novas tarifas. Analistas, no entanto, destacaram que esse tipo de movimentação não necessariamente reflete uma fraqueza real na economia.
Como a fórmula oficial do PIB dos EUA subtrai importações — para excluir produtos estrangeiros do cálculo de bens e serviços nacionais — um pico momentâneo na entrada de produtos pode distorcer os dados. As tarifas conhecidas como "do Dia da Libertação" ainda não haviam entrado em vigor nesse período, mas já geravam forte expectativa no mercado.
A S&P Global Ratings alertou para um provável enfraquecimento da economia no primeiro trimestre de 2025, causado pela crescente incerteza sobre políticas comerciais, tarifárias e migratórias. Ainda assim, alguns indicadores permanecem sólidos: o desemprego continua em níveis historicamente baixos e a criação de empregos, embora desacelerada, segue robusta. A inflação também cedeu em março, bem abaixo do pico de 2022.
Apesar desses dados positivos, economistas alertam que indicadores como emprego e inflação são divulgados com atraso e refletem mudanças graduais, o que pode mascarar movimentos mais rápidos da economia. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reconheceu recentemente a "situação sólida" da economia, mas alertou para sinais de possível desaceleração. “A vida passa bem rápido”, comentou Powell em um discurso em Chicago.
Fonte: ABC