O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (8) um novo acordo comercial com o Reino Unido — o primeiro desde o início da política de "tarifas recíprocas", implementada no mês passado. Segundo Trump, o tratado deve gerar até US$ 6 bilhões em receitas com tarifas aplicadas ao Reino Unido e abrir cerca de US$ 5 bilhões em novas oportunidades para exportações americanas, especialmente nos setores de carne, etanol, química e maquinário.
O pacto também prevê uma zona comercial para aço e alumínio e medidas para acelerar a liberação de produtos americanos na alfândega britânica, além de compromissos britânicos de reduzir barreiras não tarifárias. O acordo busca ainda fortalecer a cadeia de suprimentos farmacêutica entre os dois países. "As coisas vão caminhar rapidamente", afirmou Trump, antecipando que os detalhes finais serão acertados nas próximas semanas.
Do lado britânico, o primeiro-ministro Keir Starmer celebrou o corte imediato de tarifas para automóveis exportados ao mercado americano, que caíram de 27,5% para 10%, além da eliminação de impostos sobre aço e alumínio. Segundo ele, o tratado deve impulsionar o comércio bilateral e gerar novos empregos no Reino Unido.
Trump classificou o acordo como “completo e abrangente” e destacou a “longa história de lealdade mútua” entre os países. Ele também prometeu que novos tratados comerciais com outros parceiros devem ser anunciados em breve.
Especialistas, no entanto, alertam que o acordo tem caráter limitado e visa acalmar tensões geradas pela guerra tarifária de Trump, que elevou impostos sobre uma ampla gama de produtos vindos de parceiros como Canadá, México e China. No sábado, autoridades americanas e chinesas devem se reunir na Suíça para tentar avançar em outro entendimento. Enquanto isso, o Reino Unido se destaca como o primeiro aliado a formalizar um pacto com o governo Trump desde o início da nova política comercial.
Fonte: G1