Os Estados Unidos e a China anunciaram, nesta segunda-feira (12), um acordo para suspender de forma significativa, por 90 dias, as tarifas impostas nos últimos meses, em um movimento que sinaliza avanço nas negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo. A trégua foi divulgada em um comunicado conjunto compartilhado pela Casa Branca.
De acordo com o documento, os dois países reconheceram que as conversas em andamento têm potencial para resolver as preocupações mútuas e afirmaram compromisso com a continuidade do diálogo, cooperação e respeito mútuo.
Durante reunião em Genebra com autoridades chinesas, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou que as tarifas seriam reduzidas em 115 pontos percentuais por três meses, permitindo espaço para novas negociações. Segundo ele, com a medida, as tarifas americanas sobre produtos chineses cairão para cerca de 30%, enquanto as tarifas chinesas sobre bens dos EUA recuarão para 10%.
Antes do acordo, os EUA haviam imposto tarifas de até 145% sobre todas as importações chinesas, e a China retaliou com até 125% sobre produtos americanos — medidas que praticamente congelaram o comércio entre os países e impactaram os mercados globais. Portos norte-americanos relataram queda drástica na movimentação comercial.
“O consenso entre as delegações é que nenhum dos lados deseja um rompimento comercial completo. O que vínhamos assistindo era equivalente a um embargo, e ambos querem restaurar o comércio, de forma mais equilibrada”, disse Bessent.
O presidente Trump também anunciou uma redução de tarifas sobre carros britânicos, além de eliminar taxas sobre aço e alumínio do Reino Unido, sugerindo uma abertura mais ampla na política comercial americana.
A trégua animou os mercados: bolsas asiáticas e os índices futuros nos EUA subiram significativamente. O índice Dow Jones saltou mais de 1.000 pontos, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq avançaram 3,2% e 4%, respectivamente.
Apesar do otimismo, analistas de Wall Street demonstraram ceticismo sobre a durabilidade do acordo. Alguns veem o esforço dos EUA para reduzir sua dependência de insumos chineses como uma tendência mais estrutural do que passageira.
Fonte: CBS

