Com os preços de imóveis em alta e as taxas de juros ainda elevadas, alugar um imóvel nos Estados Unidos passou a ser, para muitos, uma alternativa mais viável do que comprar. No entanto, os aluguéis também estão disparando — e morar nas grandes cidades está cada vez mais caro.
Segundo dados da plataforma imobiliária Zillow, é necessário ganhar pelo menos US$ 80 mil por ano para alugar um apartamento típico com conforto nos EUA — um aumento significativo em relação aos US$ 60 mil exigidos em 2020. Para quem deseja morar em grandes centros urbanos, o cenário é ainda mais exigente: em oito cidades americanas, o aluguel confortável só é possível com renda anual acima dos US$ 100 mil.
Essas cidades são:
- Nova York
- Boston
- Los Angeles
- Miami
- San Diego
- San Francisco
- San Jose
- Riverside (Califórnia)
“Ao todo, o número de cidades que exigem renda de seis dígitos dobrou desde o início da pandemia”, afirma Kara Ng, economista sênior da Zillow. Isso compromete o orçamento dos inquilinos, que passam a ter menos margem para despesas essenciais, como alimentação, transporte e poupança.
A regra geral é que o aluguel não ultrapasse 30% da renda mensal. Para quem ganha US$ 100 mil ao ano, isso equivale a US$ 2.500 mensais. Em cidades como Nova York, onde o aluguel médio é de US$ 2.950 (quase 60% acima da média nacional), seria necessário ganhar cerca de US$ 135 mil por ano para manter esse equilíbrio — valor quase o dobro da renda média dos nova-iorquinos, segundo a New York Housing Conference.
Boston aparece em segundo lugar, com exigência de renda em torno de US$ 127 mil anuais. Já cidades mais acessíveis, como Buffalo (Nova York) e Oklahoma City, exigem cerca de US$ 55 mil por ano, menos da metade do necessário para viver nas metrópoles mais caras.
Desde abril de 2020, o aluguel médio nos EUA subiu quase 30%, alcançando US$ 1.858 por mês. No mesmo período, a renda média anual aumentou apenas 22,5%, chegando a US$ 82 mil, segundo o Censo americano.
A raiz do problema, segundo especialistas, é a falta de oferta habitacional. Mesmo com a construção de centenas de milhares de novos apartamentos por ano, a demanda ainda supera a oferta.
Rachel Fee, diretora da New York Housing Conference, afirma que é urgente que o Congresso norte-americano amplie programas como o Low Income Housing Tax Credit, que subsidia moradias populares. “Os inquilinos estão esperando por ações concretas de Washington, mas até agora não houve nenhuma iniciativa significativa para aumentar a oferta de moradias acessíveis”, concluiu.
Fonte: CBS

