Omar García Harfuch, secretário de Segurança do México, confirmou nesta terça-feira (13) que 17 familiares de Ovidio Guzmán López, filho do ex-líder do Cartel de Sinaloa, cruzaram a fronteira para os Estados Unidos na semana passada. Segundo ele, a entrada aconteceu como parte de um acordo entre Guzmán López e o governo do ex-presidente Donald Trump.
Guzmán López, extraditado para os EUA em 2023, é um dos filhos de Joaquín "El Chapo" Guzmán e liderava uma facção do cartel após a prisão do pai. Imagens divulgadas mostram os familiares atravessando a fronteira por Tijuana com malas, sendo recebidos por agentes norte-americanos. A imprensa mexicana e internacional já havia especulado que Guzmán estaria cooperando com autoridades dos EUA em troca de benefícios judiciais, o que incluiria proteção para seus familiares.
“A entrada deles nos EUA foi claramente parte de uma negociação com o Departamento de Justiça americano”, afirmou García Harfuch, em entrevista de rádio. Ele disse ainda que nenhum dos familiares era procurado pela justiça mexicana e cobrou que os EUA compartilhem informações com os promotores mexicanos — o que, segundo ele, ainda não ocorreu.
A confirmação veio no mesmo dia em que o Departamento de Justiça dos EUA anunciou acusações de “narcoterrorismo” contra líderes de cartéis, algo inédito desde que o governo Trump classificou várias dessas organizações como grupos terroristas estrangeiros.
Embora autoridades americanas não tenham comentado diretamente sobre o vídeo da travessia da família, o procurador Adam Gordon, do Distrito Sul da Califórnia, foi enfático: “Aos líderes do Cartel de Sinaloa: vocês não são mais os caçadores, são os caçados. Serão traídos por amigos, perseguidos por inimigos, e acabarão em um tribunal aqui.”
Fonte: ABC