O Walmart, maior varejista dos Estados Unidos, divulgou nesta quinta-feira (15) que irá —aumentar os preços de alguns produtos devido ao impacto das tarifas de importação implementadas pelo presidente Donald Trump. A decisão ocorre mesmo após um trimestre com vendas sólidas, impulsionadas principalmente por itens de saúde, bem-estar e alimentos.
No primeiro trimestre encerrado em 30 de abril, o lucro líquido da empresa caiu para US$ 4,45 bilhões (ou US$ 0,56 por ação), em comparação aos US$ 5,10 bilhões (US$ 0,63 por ação) do mesmo período do ano anterior. Ainda assim, o lucro ajustado por ação foi de US$ 0,61, acima da estimativa de analistas de US$ 0,58, segundo a FactSet.
A receita total cresceu 2,5%, alcançando US$ 165,61 bilhões, levemente abaixo das projeções do mercado. As vendas comparáveis nos EUA (lojas físicas e canais digitais) cresceram 4,5%, mostrando uma leve desaceleração em relação ao trimestre anterior. O comércio eletrônico global subiu 22%, mostrando aceleração.
Mesmo com bons resultados, o Walmart não divulgou projeção de lucros para o segundo trimestre, citando o ambiente de incertezas gerado pelas constantes mudanças na política tarifária dos EUA. A previsão de crescimento de vendas para o próximo trimestre está entre 3,5% e 4,5%.
A empresa destacou que, embora dois terços de seus produtos sejam de origem nacional — principalmente alimentos — ela não conseguirá absorver totalmente os novos custos impostos pelas tarifas, mesmo com a redução parcial anunciada nesta semana (de 145% para 30%). Isso deve forçar reajustes de preços em várias categorias de produtos.
“O Walmart fará o possível para manter os preços baixos, mas a magnitude das tarifas, mesmo reduzidas, torna impossível absorver todos os custos, dado o baixo nível das margens do varejo”, afirmou o CEO Doug McMillon.
Outros varejistas, como a Amazon, também divulgaram resultados positivos e contornaram parte dos impactos antecipando importações antes da vigência das tarifas. No entanto, a maioria das empresas afirma que aumentos nos preços e nos custos logísticos são inevitáveis, o que pode afetar os consumidores nos próximos meses.
Fonte: ABC