Um juiz federal de Massachusetts concluiu que a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, e o secretário de Estado, Marco Rubio, violaram a Primeira Emenda ao direcionar estudantes internacionais pró-Palestina para deportação. Na decisão de 161 páginas, o juiz William Young afirmou que a prática tinha como objetivo “espalhar medo” e silenciar vozes críticas em universidades americanas.
Nomeado por Ronald Reagan, Young foi severo em sua análise, acusando Donald Trump de apoiar “supressão escandalosa e inconstitucional da liberdade de expressão”. Ele disse que Noem e Rubio usaram indevidamente seus cargos para aplicar deportações de forma inédita contra ativistas pró-Palestina, com a intenção de desencorajar protestos e intimidar não cidadãos.
O juiz destacou episódios de detenções com agentes mascarados, como o da estudante turca Rumeysa Ozturk, da Tufts University, mantida em custódia por mais de um mês. Young classificou o uso de máscaras como “covarde” e comparou a prática ao histórico de intimidação do Ku Klux Klan, acusando o governo de usar o aparato estatal para gerar medo.
O Departamento de Estado defendeu as deportações, alegando que estudantes acusados promoviam discursos de ódio ou incitação à violência. Já o Departamento de Segurança Interna rebateu as críticas ao uso de máscaras, dizendo que agentes precisam se proteger. Apesar disso, Young ressaltou que a ação governamental continua a “esfriar” a liberdade de expressão em campi universitários.
Young encerrou o parecer criticando Trump por usar o poder presidencial para restringir a liberdade de imprensa e intimidar universidades e escritórios de advocacia. Segundo ele, a decisão é “talvez o caso mais importante” já sob sua jurisdição, ao tratar da proteção constitucional à liberdade de expressão frente a excessos do Executivo.
Fonte: CBS

