Um dia antes da paralisação do governo nos EUA, o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD) exibiu em seu site um banner responsabilizando a “esquerda radical” pela crise. O texto acusava democratas de impor um “pacote de US$ 1,5 trilhão em exigências” e afirmava que a administração Trump buscava “manter o governo aberto para o povo americano”.
O grupo de defesa do consumidor Public Citizen entrou com uma queixa junto ao Escritório de Conselharia Especial (OSC), afirmando que o banner constitui “violação flagrante” do Hatch Act, lei que proíbe o uso de recursos públicos para atividades político-partidárias. Segundo a ONG, a publicação foi um ato de propaganda em favor de Trump e contra os democratas.
Craig Holman, especialista em ética do Public Citizen, acusou o governo de “neutralizar os escritórios de fiscalização ética” ao substituir chefes independentes por leais ao presidente. Ele afirmou que a mensagem do HUD, financiada com recursos dos contribuintes, é tão descaradamente partidária que nem mesmo um sistema “enfraquecido” poderia ignorar.
A paralisação começou à 0h01 de quarta-feira (30) após o Senado não aprovar o projeto de financiamento temporário que já havia passado pela Câmara. Os democratas exigem a prorrogação de créditos fiscais do Obamacare e a reversão de cortes no Medicaid incluídos no “big, beautiful bill” de Trump. Republicanos, por sua vez, insistem que não houve cortes, apenas combate a fraudes no programa.
A crise intensificou o clima de disputa. O líder democrata Chuck Schumer acusou republicanos de falta de seriedade, enquanto o líder republicano John Thune responsabilizou os democratas do Senado, classificando a paralisação como “totalmente evitável”.
Fonte: CBS

