Quase nove meses depois de ter confirmado seu primeiro caso de COVID-19, a Flórida registrou 1 milhão de infecções pela doença na terça-feira, 1° de dezembro, atrás apenas do Texas e da Califórnia em números de casos e vê novo aumento de hospitalizações, enquanto deposita a esperança na vacina e na retomada da economia.
Nas duas últimas semanas, a porcentagem de resultados positivos variou de 5,12% a 8,49% e foi de 8,69% para os testes relatados na segunda-feira, 30 de novembro. Os infectologistas esperam mais testes positivos por causa do feriado de Thanskgiving, quando houve aumento na circulação e encontro de pessoas. Na quarta-feira, 2, o Departamento de Saúde informava o total de 1.008.166 de casos e 18,678 mortes pela doença.
2 milhões de vacinasAs promessas são de distribuição de vacinas ainda neste mês. O governador Ron DeSantis espera que a Flórida receba até 2 milhões das primeiras vacinas disponíveis tão logo sejam aprovadas pelo FDA. As primeiras doses, sejam de Moderna ou Pfizer, provavelmente irão para lar de idosos e instituições de longa permanência, disse DeSantis. Ambas as vacinas requerem duas injeções - uma dose inicial e um reforço. As grandes redes de farmácias provavelmente farão parceria com o governo para oferecer as vacinas. "Temos trabalhado com CVS e Walgreens, que têm contratos com o governo federal para que entrem e façam a distribuição", afirmou o governador. Hospitais se preparam para armazená-las.
Segunda ondaAlgumas das maiores redes de hospitais públicos do estado estão gerenciando um ressurgimento do vírus neste final do outono com aumento nas hospitalizações. Hospitais de Miami-Dade estão tratando mais pessoas com a doença desde agosto. Peter Paige, recém-nomeado diretor médico de Miami-Dade e diretor clínico da rede de hospitais públicos do condado, Jackson Health System, disse ao jornal Miami Herald que a equipe clínica está se preparando para que o aumento atual dure várias semanas ou meses.
No total, 54.864 pessoas já foram hospitalizadas na Flórida após complicações do coronavírus. Na noite de segunda-feira, 30, 4.160 pessoas com o vírus estavam hospitalizadas na Flórida, de acordo com a Agência estadual para a Administração de Saúde, com 26% dos leitos hospitalares do estado disponíveis.
Apesar do aumento recente em infecções, o pensamento de alguns especialistas em doenças infecciosas, incluindo o cirurgião-geral Scott Rivkees, levado aos líderes do Jackson Health System, é que um certo nível de imunidade parcial da população - ou o grande número de pessoas já infectadas e que não transmitem mais o vírus - de áreas duramente atingidas como Miami, irá amortecer os picos futuros.
A primeira onda atingiu o pico no sul do estado final de julho, quando o Jackson Health System tratava até 485 pacientes com COVID diariamente. Atualmente, são 170 pacientes com a doença, diz a rede de hospitais. Já o Memorial Healthcare System atingiu a máxima de 680 pacientes internados com COVID-19 no final de julho, antes de cair para cerca de 100 durante grande parte do outono. Agora, a rede de hospitais está tratando de cerca de 200, de acordo com Maggie Hansen, vice-presidente sênior e chefe de enfermagem executiva do sistema.
Enfermeiros contratados somente pela pandemia estão tendo seus contratos renovados. De 300, pelo menos 100 ficarão no Memorial Healthcare System, que já prevê aumento de hospitalizações com a chegada do inverno.
Melhora da economiaEnquanto os primeiros meses da pandemia foram caracterizados por desemprego generalizado, turismo em queda e aumento da inadimplência nas contas de luz e hipotecas, o final do verão e o início do outono assistiram a uma redução desses números. O resultado é o que os economistas estão chamando de "recuperação parcial". Nos últimos meses, os gastos do varejo tiveram ganhos e, à medida que a Flórida entra em outra fase de reabertura, mais empresas estão recebendo clientes e o desemprego está diminuindo.
Mas, embora a gravidade seja reduzida, os problemas econômicos não diminuíram totalmente. As solicitações de desemprego aumentaram sete vezes em comparação com os níveis pré-pandêmicos. A taxa de inadimplência de hipotecas da Flórida está quase cinco pontos percentuais acima do que era durante a mesma época em 2019.
A Flórida vai receber mais US$ 28 milhões em financiamento federal por meio do U.S. Department of Labor Disaster Recovery Dislocated Worker Grant para empregos de emergência, de acordo com o governador.
Conheça a RESETComo a crise no setor de turismo e serviços ainda é grande, uma coalizão de grupos pró-negócios divulgou um relatório na segunda-feira destacando estratégias que líderes estaduais podem adotar para ajudar a recuperar a economia. As recomendações de políticas executivas e legislativas são um produto da força-tarefa RESET (Restore Economic Strength through Employment and Tourism), que se concentrou em 10 áreas temáticas que vão desde cuidados de saúde e hospitalidade a reforma legal e varejo.
As Indústrias Associadas da Flórida, Federação de Varejo da Flórida, Federação Nacional de Negócios Independentes e Associação de Restaurantes e Hospedagem da Flórida lideraram a força-tarefa.