Desde o ano passado, as comunidades negra e hispânica experimentaram impactos desproporcionais na saúde relacionados à COVID-19, maiores taxas de infecção, doença e morte. Dados relatados pelo estado na Flórida mostram que essas comunidades também estão recebendo porções menores das vacinas COVID-19.
O Departamento de Saúde da Flórida relata separadamente o número de negros, hispânicos e brancos que foram vacinados até o momento.
A taxa de vacinação para hispânicos na Flórida é um quarto da dos brancos e a lacuna entre os negros é maior, de acordo com a análise da Kaiser Family Foundation de dados de vacinas relatados pelo estado até o dia 13 de abril. Os negros da Flórida representam 16% da população da Flórida, mas apenas 8% dos vacinados na Flórida são negros. Da mesma forma, os hispânicos constituem 27% da população e 21% dos vacinados.
Samantha Artiga lidera o programa da KFF sobre igualdade racial e política de saúde e afirma que os dados apontam para a importância de priorizar a equidade nas ações de vacinação.
“Pessoas de cor podem estar enfrentando barreiras cada vez maiores para obter as vacinas. Por exemplo, se eles têm acesso mais limitado a recursos para checar as opções de inscrição online, se eles têm opções de transporte mais limitadas ”, disse Artiga ao Miami Herald. “Entre a população hispânica, eles podem estar mais propensos a enfrentar barreiras de acesso adicionais, incluindo barreiras relacionadas à linguagem, bem como potenciais medos ou confusão sobre a elegibilidade para imigrantes para a vacina”.
A Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida diz que tem se esforçado para alcançar toda a população e vacinou quase 91.000 pessoas em locais de culto, muitos dos quais eram congregações predominantemente de negros.
“Ainda existem muitas lacunas nos dados que estão sendo relatados, ainda temos alguns estados que não estão relatando dados de vacinação por raça e etnia. Mas ainda mais desafiador é a falta de consistência em como os estados estão relatando seus dados demográficos para vacinações, particularmente seus dados raciais e étnicos ”, disse Artiga.
Uma das lacunas que Artiga aponta é o número relativamente alto de pessoas relatadas com etnia “desconhecida” ou “ausente”, bem como as diferentes maneiras como os estados combinam etnias em relatórios de dados públicos.
