A Flórida se tornou nos últimos dias o estado do país com o maior número de casos diários de covid-19, o que tem gerado discussões sobre a baixa vacinação, o relaxamento das medidas de prevenção e as restrições de viagens ainda em vigor para turistas brasileiros e de outros países.
Brasileiros que moram na Flórida e também no Brasil não veem a hora da restrição de viagem acabar para poderem visitar a família, passear na Disney - um dos locais mais aguardados para o fim da medida.
O estado registrou 10.454 casos diários de média nos últimos sete dias – 22% do total do país– contra os 1.839 que apresentava em 1º de julho, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A chegada e propagação de variantes mais contagiosas, como a Delta, é um dos fatores preocupantes.
Na última semana, houve um aumento de 65% das hospitalizações por covid-19 na Flórida, segundo a Associação de Hospitais estadual. Do total de pessoas afetadas, 95% não estavam vacinadas, informaram as autoridades.
A Flórida está com pouco mais de 10 milhões de habitantes vacinados com as duas doses (48,5% da população completamente vacinada), 58,3% dos maiores de 18 anos estão totalmente vacinados contra a doença, pouco abaixo do conjunto do país (60%), segundo o CDC.
Para Edwin Michael, professor de Epidemiologia na Universidade do Sul da Flórida à AFP, o estado deveria dobrar sua taxa de vacinação atual para chegar à imunidade de rebanho no início de setembro, que é alcançada quando entre 80% e 85% da população está protegida, seja com as vacinas ou porque se contagiaram naturalmente com o vírus.
Brasileiros que moram na Flórida mostraram ao Gazeta News que têm diferentes opiniões sobre a imunização, as restrições de viagens e o novo aumento de casos.
Ricardo Feijó - "Esse negacionismo está nos levando ao caos novamente. Moro em Orlando e trabalho para uma distribuidora de carros japoneses com sede em Deerfield Beach, a distribuição fica em Jacksonville e Geórgia. No meu trabalho agora só quem tem vacina pode voltar, há aumento de casos 90% nos terminais de Jacksonville e Geórgia, onde se negam a usar máscara e vacinar. Todos apoiadores de Trump declarados. Acredito que o motivo foi a politização da pandemia."
Selma Teixeira - "Se toda a população entender e conscientizar que o melhor é se vacinar. Dessa forma a vida vai retornar a ser normal. Então não reclame com as restrições."
Magda - "Não vai voltar ao normal. Não tomei a vacina e têm pessoas que tomaram e estão com covid e também hospitalizados. Estou confusa com tudo isso. A vacina foi feita muito rápido. E agora fica aparecendo efeitos colaterais no coração. Uma pressão pra todo mundo tomar sendo que a vacina não previne contra a covid totalmente. E todos nós sabemos que é uma vacina emergencial."
Ricardo Feijó - "Onde eu trabalho se você viaja a países que têm a restrição como Brasil, tem que ficar 14 dias em casa. Antes eles pagavam, agora já não mais. Quando eu tomei a segunda dose cheguei a comprar passagem para o Brasil pois eu achava que não precisaria mais desta quarentena e tive que cancelar. Eu sei que é difícil, principalmente para o turismo, mas qual seria a outra solução? Não querem tomar vacina nem usar máscara. Meus familiares mesmo no Brasil, foi difícil convencê-los a tomarem a vacina, e olha que perdemos vários amigos lá.
Rosanna Wandermuren - "Por um lado é o certo, ainda mais que está subindo os casos. Por outro lado, queria muito que liberassem a entrada de turistas. Não vejo a hora de reencontrar meus pais e eles conhecerem o neto que acabou de nascer".
Magda - "Sinto muito pela minha família que não pode vir. Mas se for pra nossa segurança do país eu concordo. Tá muito cedo pra turismo."
