À medida que as mortes relacionadas a drogas aumentaram na Flórida, um tipo de droga está causando mais mortes do que qualquer outro, mostram os dados mais recentes da Comissão de Médicos Legistas da Flórida.
O fentanil, um opioide sintético de prescrição que muitas vezes é produzido ilegalmente, causou 5.302 mortes no estado em 2020, um aumento de 63% em relação ao ano anterior, diz o relatório de 2020 da comissão divulgado em novembro.
Foi a segunda droga mais comum encontrada em corpos, atrás do álcool, e nenhuma outra droga teve um aumento tão dramático nas mortes de 2019 a 2020.
É um opioide de alto risco de dependência física e psíquica. Pode provocar dificuldade respiratória e levar à morte quando tomado em doses elevadas ou combinado com outras substâncias, principalmente álcool ou drogas ilícitas, como heroína ou cocaína.
O condado de Broward registrou o maior número de mortes relacionadas ao fentanil no estado, de acordo com o relatório, com 642 mortes totais onde o fentanil foi detectado. O condado de Palm Beach teve o segundo maior número do estado, com 634. O condado de Miami-Dade teve um total de 334.
Houve pouco menos de 1.000 mortes relacionadas ao fentanil na Flórida em 2015, e esse número tem aumentado constantemente desde então.
O fentanil foi criado para controlar a dor em pacientes com câncer por meio de adesivos colocados na pele, de acordo com a Drug Enforcement Administration. É cerca de 100 vezes mais poderoso que a morfina. Mas a maioria dos usos no estado atualmente são ilegais em vez da versão farmacêutica da droga, de acordo com a comissão.
Pílulas de prescrição falsificadas que contêm fentanil são frequentemente vendidas on-line, disse o Gabinete do Xerife de Broward. O número de pílulas falsas que a Drug Enforcement Administration apreendeu aumentou mais de 400% desde 2019.
As pílulas falsas são feitas para parecer medicamentos comuns, como Oxycontin, Vicodin, Xanax e Adderall, levando alguns a ingerir as pílulas sem saber que continham fentanil. Apenas dois miligramas de fentanil são considerados uma dose letal, de acordo com um alerta de segurança pública da DEA.
A grande maioria das mortes relacionadas ao fentanil na Flórida foi acidental, diz o relatório da comissão, em quase 95%. E depois que o estado sancionou um projeto de lei em 2017 que permitia que traficantes de drogas enfrentassem acusações de assassinato se as vendas de fentanil levassem a overdoses, algumas das mortes relacionadas ao fentanil no ano passado foram consideradas homicídios.
Em 2018, Calvin Warren Jr. foi a primeira pessoa no sul da Flórida a ser indiciada por assassinato em primeiro grau depois que a lei foi aprovada. Thomas “Tommy” Matuseski teve uma overdose do fentanil que Warren lhe deu. O acusado se declarou culpado e foi condenado a 22 anos de prisão, mostram os registros. Com informações do Sun Sentinel.
