O empresário Esdras Jonatas dos Santos, considerado foragido pela Polícia Civil de Minas Gerais, pode estar escondido na Flórida.
O empresário, de 34 anos, é investigado pela suspeita de ter incentivado o atos antidemocráticos e também de agressão a repórteres no acampamento golpista em frente ao quartel do Exército em Belo Horizonte, segundo o jornal O Estado de Minas.
Ele teve a prisão decretada, mas não foi localizado pela polícia. Segundo informações da FolhaPress, o advogado de Esdras, Ramon dos Santos, declarou em nota que o cliente tinha viajado para Miami e que se apresentaria à Justiça brasileira. No entanto, mais tarde, afirmou que estava deixando o caso por quebra de confiança.
Na quarta-feira (14), a polícia fez uma operação na residência do empresário em Belo Horizonte, portando um mandato de prisão. Em vez de Esdras, a polícia encontrou um casal vivendo no endereço — eles disseram ser inquilinos, sem envolvimento com os crimes investigados, e foram chamados para prestar depoimento.
Em janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o cancelamento do passaporte de Esdras, mas, segundo o delegado do caso, Emílio de Oliveira e Silva, ele já teria fugido para a Flórida. No início de fevereiro, Moraes também impôs uma multa de R$ 100 mil ao empresário.
Esdras chegou a obter, na Justiça de Minas Gerais, uma decisão judicial favorável à obstrução da avenida na capital mineira onde ficava a ocupação. Essa determinação foi posteriormente derrubada por Alexandre de Moraes e a conduta do juiz que permitiu a obstrução é alvo de análise no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Apesar de ter pedido gratuidade na Justiça, alegando não ter "condições de arcar com as despesas processuais sem obter prejuízo de seu próprio sustento e de sua família", o empresário, em suas redes sociais, compartilha fotos e vídeos de uma vida de luxo. Viagens nacionais e internacionais, jantares em renomados restaurantes e até mesmo passeios de jatinho estão entre seus posts. Além disso, de acordo com a prefeitura de Belo Horizonte e baseado em post realizado pelo próprio empresário em sua conta no Instagram, Esdras chegou a ir à manifestação na Raja Gabaglia dirigindo um Porsche.
Ações de cobrança na Justiça
Santos é alvo de 12 ações de cobrança na Justiça mineira por dívidas estimadas em mais de R$ 5 milhões, informou o portal UOL. Os valores ainda devem ser atualizados com juros e correção monetária.
As ações de cobrança foram abertas por bancos e instituições financeiras nos anos de 2021 e 2022. São referentes a empréstimos contratados por ele ou pela sua empresa, a E&J Modas Eirelli, mas que não foram pagos nos termos acordados.
Há também cobranças por dívidas nos seus cartões de crédito Em um deles o valor reivindicado é de R$ 37 mil. No outro, de cerca de R$ 438 mil. Entre os credores estão, por exemplo, o Bradesco, o Santander, o Banco do Brasil e o Itaú.
O Itaú tem a maior ação de cobrança, que tramita na 5ª Vara Cível de Belo Horizonte. O banco cobra R$ 1,5 milhão por um empréstimo contraído em julho de 2021. Há um pedido de arresto dos seus ativos financeiros, ainda não deliberado.
Esdras já foi citado em boa parte das ações, mas não apresentou defesa ou contestou os valores cobrados.
Fonte: UOL, O Tempo e Estado de Minas.