Uma cirurgiã plástica certificada pelo conselho de Miami Lakes foi punida após a morte de uma paciente em 2021 submetida à 'Brazilian butt-lift', conhecida popularmente como cirurgia do bumbum brasileiro.
A ordem final do Conselho de Medicina do estado contra a Dra. Nidia De Jesus, que trabalha na clínica Miami Lakes’ Divine Plastic Surgery, foi publicada quinta-feira, 2, informou o Miami Herald.
De acordo com a ordem, a médica terá que fazer suas próximas 10 cirurgias 'Brazilian butt-lift', sob “a supervisão imediata” de outro cirurgião plástico certificado pelo conselho.
De Jesus também pagará uma multa de US$ 2.500 e US$ 6.028 em custos de casos do Departamento de Saúde da Flórida; ter uma carta de preocupação emitida contra sua licença; tem que fazer uma educação médica continuada de cinco horas em leis, regras e ética; um curso de educação médica continuada de cinco horas em gestão de risco; e ministrar uma palestra de uma hora sobre complicações relacionadas à lipoaspiração e enxertia de gordura glútea para uma equipe médica.
Segundo o Departamento de Saúde da Flórida, De Jesus está licenciado desde 13 de março de 2014, sem qualquer problema anterior. O Conselho Americano de Cirurgia Plástica afirma que ela é certificada desde 2020.
Cirurgia e morteO lifting de bumbum brasileiro, lipoaspiração com enxerto de gordura glútea, envolve a sucção de gordura do paciente, geralmente da região do abdômen, e injetada na região das nádegas. A lei da Flórida, entretanto, proíbe a injeção de gordura no músculo glúteo. Mas foi o que a médica realizou na paciente em 26 de janeiro de 2021, segundo a reclamação do Departamento de Saúde da Flórida.
O relatório do Departamento de Regulamentação de Seguros da Flórida sobre o pagamento do seguro disse que a cirurgia ocorreu em ibody Aesthetics, 51 SW 42nd Ave., com o paciente em recuperação pós-operatória na Recovery House Dolls-Getaway Miami.
A mulher morreu cinco dias depois. A denúncia afirma que a autópsia atribuiu a causa da morte a uma lesão cerebral fatal causada por insuficiência cardíaca e falta de circulação de glóbulos vermelhos após uma cirurgia estética.
Os grandes vasos sanguíneos da nádega direita do paciente estavam sangrando, mas os vasos correspondentes na nádega esquerda estavam bem, segundo a denúncia encontrada pela autópsia. A diferença entre os dois era o “tufo alongado de finas partículas de gordura que se projetava de dentro” de 4 cm do músculo glúteo direito da mulher.
“A autópsia encontrou ainda êmbolos gordurosos microscópicos” nas artérias de seu coração, dizia a denúncia. De Jesus “sabia, ou deveria saber, que injetar gordura na musculatura glútea [da mulher] era estritamente proibido”. O relatório de regulamentação estadual de seguros diz que a Aspen American Insurance Company, que segurou De Jesus, pagou US$ 250 mil em um acordo antes de uma ação judicial ser movida.
O procedimento estético é um dos mais buscados nas clínicas do estado, mas mortes de pacientes requerem análise das estruturas e dos profissionais envolvidos, além de mais rigor na liberação para funcionamento dos locais que a oferecem.
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