À medida que mais de 2 milhões de estudantes do ensino médio de todos os Estados Unidos finalizam as suas decisões sobre que faculdade frequentar neste outono, muitos enfrentam custos altíssimos - em alguns casos, até 95.000 dólares.
Várias faculdades privadas - algumas consideradas de elite e outras de nível médio - ultrapassaram o limite de 90.000 dólares pela primeira vez este ano, ao definirem os seus custos anuais para mensalidades, alimentação, refeições e outras despesas. Isso significa que uma família rica com três filhos poderia esperar desembolsar mais de US$ 1 milhão quando seu filho mais novo concluísse um curso de quatro anos.
Muitas faculdades com grandes dotações tornaram-se mais focadas nos últimos anos em se tornar acessível para estudantes que não são ricos. As famílias com rendimentos mais baixos poderão ser obrigadas a pagar apenas 10% da tarifa anunciada e, para algumas, frequentar uma faculdade privada seletiva pode revelar-se mais barato do que uma instituição estatal.
“Noventa mil dólares é claramente muito dinheiro e chama a atenção das pessoas, com certeza”, disse Phillip Levine, professor de economia no Wellesley College, perto de Boston. A existência de um sistema de ajuda financeira muito generoso reduz substancialmente esse custo.”
Wellesley está entre as faculdades onde os custos para estudantes ricos ultrapassarão US$ 90 mil pela primeira vez neste outono, com um preço estimado de US$ 92 mil. Mas a instituição salienta que quase 60% dos seus alunos receberão ajuda financeira, e o valor médio dessa ajuda é superior a 62 mil dólares, reduzindo os seus custos em dois terços.
Mas muitos futuros alunos este ano estão enfrentando atrasos significativos e ansiedade para descobrir quanto auxílio lhes será oferecido pelas faculdades devido a grandes problemas com o lançamento de um novo formulário on-line do Departamento de Educação dos EUA que deveria facilitar a solicitação de auxílio federal. Muitas faculdades confiam nas informações do formulário para determinar suas próprias ofertas de auxílio aos alunos.
Além de repetidos atrasos e falhas, disse ele, houve outros problemas com o novo sistema, incluindo requisitos mais rigorosos para prova de identidade dos pais, o que está dissuadindo milhares de pais elegíveis, mas indocumentados, de se candidatarem – mesmo que os seus filhos sejam cidadãos dos EUA e com direito a ajuda.
O valor que os estudantes de baixa renda pagam em instituições de elite tem diminuído nos últimos seis anos, segundo Levine. Mas ele teme que o choque com o valor atual possa impedir alguns estudantes de se inscreverem em instituições como Wellesley.
Além de Wellesley, algumas das outras faculdades com preços de mais de US$ 90.000 este ano incluem a University of Southern California com US$ 95.000, Harvey Mudd College na Califórnia com US$ 93.000, a Universidade da Pensilvânia com US$ 92.000, a Brown University em Rhode Island com US$ 92.000, Dartmouth College em New Hampshire por US$ 91.000, e Boston University por US$ 90.000.
A Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts, estima o custo da frequência neste outono em até US$ 91 mil, mas afirma que a contribuição média dos pais é de apenas US$ 13 mil e que quase um quarto das famílias não paga absolutamente nada. Harvard pode pagar um programa de ajuda estudantil particularmente generoso porque tem uma doação avaliada em mais de 50 bilhões de dólares, a maior de qualquer universidade.
Os valores nem sempre fornecem comparações exatas porque algumas faculdades incluem custos como seguro saúde e despesas de viagem, enquanto outras não. E algumas faculdades que no ano passado tinham preços perto de 90 mil dólares, incluindo a Universidade de Columbia em Nova Iorque e a Universidade de Chicago, ainda não revelaram os custos esperados para este ano.
Na sua análise mais recente, o College Board estimou que os custos médios anunciados para faculdades privadas sem fins lucrativos no ano passado foram de 60.000 dólares, em comparação com cerca de 29.000 dólares para estudantes em instituições públicas estatais e 47.000 dólares em instituições públicas fora do estado.
Fonte: Associated Press.
