A Somerset Parkland Academy (SPA), uma escola charter no condado de Broward, está sendo criticada pelos pais depois de uma mudança repentina na política que eliminou a hora do lanche para os alunos.
A proibição do lanche, implementada no dia 21 de agosto pela diretora Geyler Castro, mais de uma semana após a volta às aulas, através de um comunicado, alarmou os pais, que deram início a uma petição no Change.org que já reune quase 800 assinaturas, mais da metade do número de alunos da instituição. Os pais argumentam que os alunos mais jovens, principalmente do jardim de infância, que almoçam a partir das 10h00, ficam sem comer até a hora da saída, quase cinco horas depois.
O lanche em sala de aula, prática comum em outras escolas públicas do Condado de Broward, foi instituído para dar aos alunos a chance de matar a fome sem interromper os estudos. “De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, os alunos que consomem alimentos nutritivos, inclusive durante a hora do lanche na escola, apresentam desempenho acadêmico até 23% superior ao daqueles que não consomem”, afirmam os pais na descrição da petição.
Miriam Thomé, mãe de uma criança na second grade e outra no Kindergarten, está há um ano nos EUA e seus filhos começaram a frequentar a SPA no início de agosto.
“Vou ter que marcar pediatra para o meu filho mais novo, porque ele tem se sentido mal”, explicou. “Não só isso atrapalha o aprendizado, mas as crianças menores se sentem fisicamente doentes. Crianças pequenas não são como adolescentes, que fazem refeições maiores e conseguem ficar mais tempo sem comer. Elas comem em pequenas porções.”
De acordo com o comunicado da escola, o lanche teria sido banido pela perda de tempo de instrução, interrupção do ambiente de aprendizado, evitar potenciais reações alérgicas, prevenção de baratas, formigas e roedores. A carta afirma que, de acordo com a Johns Hopkins Medicine, as crianças em idade escolar devem se alimentar de quatro a cinco vezes por dia, e que, ao tomar café da manhã, almoçar, fazer um lanche depois da escola e jantar, os alunos estariam dentro das recomendações.
De acordo com Thomé, apesar do sucesso da petição, a diretora da escola Geyler Castro estaria irredutível. A autora da petição, uma mãe chamada Ana Sosa, publicou na página da change.org após uma conversa com a diretora:
“Estou muito triste e frustrada por dizer que nossa conversa não foi nada boa. Ela não estava aberta a nenhum tipo de acordo e continua firme na proibição do lanche. Mostrei a ela nossa petição, mas sua resposta foi: “Isso não importa. Eu não me importo. A proibição permanece”.
A petição continua aberta para o público aqui.