O xerife de Jacksonville, T.K. Waters, divulgou imagens de uma câmera corporal que mostram a violenta prisão de William Anthony McNeil Jr., um jovem negro de 22 anos. A ação ocorreu em 19 de fevereiro de 2025 e ganhou repercussão após vídeos de celular mostrando McNeil sendo repetidamente socado por agentes durante uma abordagem de trânsito viralizarem nas redes sociais.
Segundo Waters, o Escritório do Promotor de Justiça da Flórida concluiu que os policiais envolvidos não violaram nenhuma lei criminal, embora o caso ainda esteja sendo analisado internamente para verificar se houve quebra de protocolo por parte da corporação. Um dos policiais identificados como responsável pelos socos, o agente D. Bowers, teve sua autoridade suspensa preventivamente.
McNeil foi parado por supostamente não estar com os faróis acesos em clima chuvoso e por não usar o cinto de segurança. No vídeo, ele contesta a abordagem, afirma que não estava chovendo e pede para falar com um supervisor, o que lhe é negado. Temendo pela própria segurança, ele se recusa a sair do veículo, tranca as portas e começa a filmar a ação.
Após insistência e recusa, o policial Bowers quebra o vidro do carro e atinge McNeil com socos no rosto, mesmo com ele virado para frente e aparentemente sem reagir. O jovem é retirado do veículo à força, jogado no chão e imobilizado com violência por vários agentes, como mostram as imagens divulgadas.
O advogado de McNeil, Harry Daniels, afirma que o jovem sofreu ferimentos significativos e anunciou que vai entrar com ação judicial contra os responsáveis. “Esse policial quebrou o vidro e o socou no rosto. Vamos buscar todas as formas legais possíveis para garantir justiça”, disse Daniels em entrevista à ABC News.
Apesar da violência da ação, McNeil foi preso e se declarou culpado por "resistência à prisão sem violência", além de outras infrações de trânsito, como dirigir com habilitação suspensa e portar pequena quantidade de maconha. Cumpriu dois dias de prisão.
Durante coletiva de imprensa, o xerife Waters foi pressionado por repórteres sobre o uso da força. Ele evitou tomar partido, dizendo que esperaria o fim da apuração interna. “Toda força parece feia. O que estamos avaliando é se ela foi ou não justificada segundo a política da corporação”, declarou.
A repercussão do caso reacendeu debates sobre abordagens violentas contra jovens negros nos EUA e uso excessivo da força por parte da polícia. A defesa de McNeil afirma que ele tinha medo dos policiais e só recusou sair do carro por temer pela própria vida, dado o histórico de abusos em situações semelhantes no país.
Fonte: ABC

