O governo dos Estados Unidos apreendeu um jato de luxo usado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro que, segundo as autoridades, foi comprado ilegalmente por meio de uma empresa de fachada e contrabandeado para fora dos Estados Unidos, violando as sanções e as leis de controle de exportação.
O Dassault Falcon 900EX foi apreendido na República Dominicana e transferido para a custódia de autoridades federais na Flórida, informou o Departamento de Justiça na segunda-feira (02). O avião aterrissou no Aeroporto Executivo de Ft. Lauderdale pouco antes do meio-dia do mesmo dia, de acordo com sites de rastreamento de voos.
Autoridades dos EUA dizem que associados do líder venezuelano no final de 2022 e início de 2023 usaram uma empresa de fachada com sede no Caribe para ocultar seu envolvimento na compra do avião, avaliado na época em US$ 13 milhões, de uma empresa na Flórida. O avião foi então exportado dos EUA para a Venezuela, por meio do Caribe, em abril de 2023, em uma transação destinada a contornar uma ordem executiva que proíbe pessoas dos EUA de realizar transações comerciais com representantes do governo de Maduro.
O avião, registrado em San Marino, foi amplamente utilizado por Maduro para viagens ao exterior, inclusive em viagens no início deste ano para a Guiana e Cuba. Ele também esteve envolvido em uma troca, em dezembro, em uma pista de pouso no Caribe, de vários americanos presos na Venezuela por um aliado próximo de Maduro, Alex Saab, preso nos EUA por acusações de lavagem de dinheiro.
O governo da Venezuela reconheceu a apreensão em um comunicado na segunda-feira. Ele caracterizou a ação do governo dos EUA como “uma prática criminosa repetida que não pode ser descrita como outra coisa senão pirataria”.
“Que essa apreensão envie uma mensagem clara: aeronaves adquiridas ilegalmente nos Estados Unidos para o benefício de autoridades venezuelanas sancionadas não podem simplesmente voar para o pôr do sol”, disse Matthew Axelrod, secretário assistente de fiscalização de exportação do Departamento de Comércio, em um comunicado.
Fonte: Associated Press
