O governo israelenese teria avisado aos Estados Unidos sobre a explosão de pagers de membros do grupo extremista Hezbollah na terça-feira (17), segundo a agência de notícias Associated Press com base em fontes de Washington.
Na terça-feira (17), os pagers explodiram de forma quase simultânea no Líbano, matando 12 pessoas, entre elas uma menina de 9 anos, e ferindo mais de 2,7 mil. Os aparelhos eram usados pelos integrantes do grupo extremista como forma de comunicação para evitar rastreamento por Israel, já que, ao contrário de celulares, os pagers não têm GPS.
O governo do Líbano e o Hezbollah acusaram Israel de ter implantado explosivos dentro dos pagers, antes mesmo de que os aparelhos fossem comprados pelo grupo extremista. No entanto, o governo israelense não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Segundo a Associated Press, um alto funcionário do governo dos EUA, sob condição de anonimato, afirmou que Israel forneceu detalhes da operação a autoridades de Washington após as explosões.
Os EUA negaram terem tido qualquer participação no ataque. Também nesta terça, a imprensa norte-americana afirmou, com base em fontes de diferentes governos, que o Mossad, o serviço de inteligência de Israel, foi quem planejou e executou o ataque.
Os pagers foram detonados quando membros do Hezbollah estavam em locais públicos, como lojas e mercados. Ainda de acordo com a imprensa dos EUA, a operação ocorreu antes do planejado pelo Mossad porque o Hezbollah descobriu o plano.
Os equipamentos haviam sido importados ao Líbano da Gold Apollo, fabricante de pagers com sede em Taiwan. A Gold Apollo, no entanto, informou que os aparelhos foram fabricados por uma empresa sediada em Budapeste. Os pagers foram produzidos pela BAC Consulting KFT, sediada na capital da Hungria.
Segundo o jornal "The New York Times", a suspeita é que Israel implantou os explosivos em um lote de pagers encomendado pelo Hezbollah. A publicação afirmou, em reportagem na terça, que uma carga explosiva com menos de 50 gramas foi colocada próxima à bateria, junto a uma espécie de interruptor. Isso possibilitaria que os pagers fossem detonados remotamente.
Um dia após pagers do Hezbollah explodirem, vários "walkie-talkies" do grupo extremista também foram detonados nesta quarta-feira (18) em Beirute e no sul do Líbano. Três pessoas morreram e e milhares ficaram feridas, de acordo com a agência de notícias estatal libanesa.
Fonte: G1

