Faltando apenas duas semanas para a realização do 2º Turno das eleições no Brasil, tivemos no domingo(8) a realização do primeiro dos três debates pela TV, entre Lula e Geraldo Alckmin. Este primeiro debate só pode ser acompanhado por nós através da transmissão pela UOL, já que a band News não tem canal internacional. Enquanto aguardamos o debate anunciado para o dia 27, na Globo, que será transmitido pelo canal internacional, refletimos sobre o que essas confrotações entre os dois candidtatos poderá, de fato, resultar em mudança na cabeça dos eleitores.
Neste primeiro debate, o que mais ficou evidente na atuação tanto de Lula quanto de Geraldo Alckmin foi a tensão de ambos. O festival de acusações mútuas imperou amnplamente sobre a apresentação de propostas. O clima de “fofoca” que, convenhamos, sempre marcou a política brasileira, seguiu sendo dominante.
Somente na parte final do debate de domingo, quando foram feitas perguntas pelos jornalistas da Band aos dois candidatos, é que o programa evoluiu em qualidade e surgiram as primeiras respostas efetivas a problemas e planos para o país.
Se nos ativermos às respostas de Lula e Alckmin a essas perguntas, certamente teremos que admitir que o atual presidente teve pequena vantagem ao usar números que são estatísticamente inquestionáveis, enquanto o ex-governador de São Paulo insistia em bater seguidamente na tecla da probidade administrativa, corrupção e impunidade dentro do governo.
Não foi uma exibição das mais entusiásticas e esteve muito longe do que o povo brasileiro exige e merece. A sensação é que nem Lula nem Alckmin souberam aproveitar o debate, há menos de duas semanas do Segundo Turno, para “cativar” os eleitores que, no Primeiro Turno, optaram por alternativas radicalmente diferentes de ambos: Cristovam Buarque ( 3% dos votos) e Helóisa Helena (7% dos votos).
Há quem aposte que Lula e Alckmin estão tão conscientes do “empate técnico” entre suas candidaturas, que teriam meticulosamente evitado qualquer ponto mais “sensível” ou “inédito” em suas apresentações. Estariam eles, assim, confiando que a vitória virá muito menos por influência dos debates do que nas “costuras” políticas de bastidores, que de fato começaram a ferver desde que os resultados da apuração anteviam a realização do Segundo Turno.
Talvez seja um grave erro. A televisão e os debates por ela realziados, são talvez o maior e mais poderoso elementos de informação que dispõe o eleitor brasileiro neste momento. Foi a televisão e sua massiva cobertura dos escândalos no governo e no PT, que certamente fizeram o fravoritismod e Lula despencar de 57% para 43% (queda de 14%) nas três semanas que antecederam o Primeiro Turno.
Talvez os dois candidatos tenham sido orientados a “guardar munição” para o debate da Globo, que é natural que se estime, deverá ter maior audiência e será dois dias antes da decisão final.
E que “munição” seria essa? Mais acusações? Mais fofoca?
Esperamos que não. Seria uma gigantesca prova de maturidade se os dois candidatos que se propõem a dirigir um dos 10 países mais importantes do mundo, nos próximos quatro anos, realmente apresentassem propostas concretas para que enxergássemos uma luz no fim do túnel da violência urbana e social em todos os níveis e em todos os pontos do país,
a conquista de uma qualidade de vida melhor e menos distante dos países desenvolvidos, ao reconhecimento que o Brasil-Bélgica não pode seguir sugando gotas de suor e sangue do Brasil-África, enfim, de que os homens que estão ou querem estar no poder, têm um plano para interromper o círculo vicioso do Brasil “politiqueiro”, onde tudo e todos só legislam em causa própria. Só assim será reconquistada a credibilidade e a fé do povo brasileiro em sua enxovalhada classe política.
Lula e Alckimin terão nova chance no dia 27.
Torço, peço a Deus, que eles saibam aproveitar.