Sem a menor sombra de dúvidas, a questão da devastação da Floresta Amazônica não é uma preocupação e muito menos um problema exclusivamente brasileiro.
O tema é apaixonante, está na pauta de nove entre 10 departamentos de Estado e gabinetes presidenciais do planeta.
A Amazônia, de fato e de direito, pertence a seis países: o Brasil, que tem sob seu terrotóio cerca de 90% de toda a extensão física da selva, Venezuela, Peru, Suriname, Guyana e Guinana Francesa.
Sob qualquer ponto de vista, seja jurídico, lógico, moral, ético ou o raio que o parta (desculpem a “licença poética”) a discussão-base sobre como reverter o calamitoso processo de devastação dos “pulmões do mundo” tem de partir da mesa de conversas entre esses seis ‘sócios” da mata.
Não é de hoje que os Estados Unidos manifestam, das mais diversas formas - sejam pacíficas e legítimas às mais estapafúrdias - intenções intervencionistas com relação à Amazônia.
É sempre bom lembrar que boa parte da “de-vastação” provocada principalmente pela extração predatória da madeira, é “sustentada” pelos bilhões de dólares norte-americanos, já que são americanas as empresas que mais vorazmente consomem essa madeira ilegalmente extraída.
Também é crucial lembrar que, historicamente, foram investidores norte-americanos que sempre “enxergaram” o potencial econômico da região.
Entende-se que os Estados Unidos estejam “de olho” não só na Amazônia como em toda e qualquer oportunidade de negócio em todo o mundo.
Antes que os apedrejadores de plantão come-cem logo a falar besteira ( e como tem gente que adora falar bobagem com ares de importância, não é mesmo?) lembro que o mesmo foi e continua sendo feito por investidores europeus, árabes e principalmente japoneses.
Estes últimos são “donos” de fatias imensas das indústrias de entretenimento e automobilística, ícones célebres do poderio norte-americano.
Mas como sempre acontece na “Terra de Marlboro”, logo aparecem cowboys cheios de atitude e quase nenhum cérebro, dando contornos oportunísticamente dramáticos e com isso, “temperando negativamente’ um debate que deve necessáriamente ser conduzido pelos “donos da Amazônia” contando com sugestões e parcerias não só dos Estados Unidos, mas de todos os países.
Está no ar um site, www.arkhosbiotech.com , comandado Allen Perrell, um desses cidadãos que, no nosso ponto de vista, claramente tenta manipular dois polos importantes da opinião pública norte-americana.
No site (que tem tido uma violenta promoção através da própria Internet) o cidadão convoca todos os “interessados em salvar a Amazônia” a adquirir propriedades da região e privatizar a floresta, sob o pretexto de “fazer o que os governos dos países localizados na flores, não tem competência e nem moral para fazê-lo”.
Soa como uma proposta terrorista. Podem crer.
Em primeiro lugar, esse fanático irresponsável (que pode, na verdade, ser apenas mais um desses idiotas que acreditam que tiveram uma grande sacada para fazer dinheiro manipulando inocentes e inescrupulosos ao mesmo tempo) está contribuindo apenas para aumentar ainda mais o já alto grau de desconfiança existente entre brasileiros e norte-americanos, quando se trata de “intenções de salvamento” quanto à região amazônica.
O site é terrorista porque intencionalmente distorce, manipula, mente e incita ao desrespeito da ordem estabelecida. É terrotista porque prega a “invasão” ainda que por vias supostamente “lícitas”, de nações soberanas e que, seguramente, defenderiam com sangue qualquer tentativa externa de intromissão em seus assuntos internos.
Muitos norte-americanos, apesar de não serem pró-Fidel Castro, estão fumando tantos charutos que ficaram com a boca torta. Ou seja, desde a “guerra fabricada” que gerou o “país” Panamá, no início do século passado, à recente invasão do Iraque, o povo norte-americano vem paulatinamente se convencendo de que pode simplesmente se servir do mundo da forma que melhor lhe convier.
O Vietnã foi uma dura lição, infelizmente não aprendida. O Iraque está sendo a segunda.
A coisa menos desejável à já dilarecada imagem externa dos Estados Unidos, seria criar um sério elemento de contenção com países que seriam naturalmente aliados.
Alimentar ódios e ressentimentos na região amazônica serviria unicamente à política mambembe e populista do presidente Hugo Chávez, da Venezuela.
Uma ampliação dos desentendimentos com relação à Amazônia, ampliados pela “onda GREEN mercadologicamengte orquestrada”, azedaria de vez os ânimos. Esse quadro não serve a ninguém, muito menos a Washington.
Vivemos, como todos sabem, num país livre, onde a Justiça (mesmo com falhas gritantes) impera, e onde a liberdade de expressão é sagrada.
Por isso, até mesmo os terroristas pró Iran-atômico, conseguem atuar com certas liberdades no solo norte-americano. Por isso, os terroristas econômico-oportunistas que em nome da ecologia tentam “roubar” a propriedade amazônica de seus reais donos, seguirão fazendo sua propaganda ordinária e malévola.
Cabe a nós denunciá-los, expondo à opinião pública o que há por trás dessa “farsa” de “salvação da Amazônia através da privatização”.
Todos os brasileiros, que são os “donos” de sua própria terra devem estar atentos a essa estratégia.
E que nossos governantes, quase todos marcados a ferro pela chaga da corrupção e do desamor à pátria, tenham pelo menos a sensibilidade de bater pé firme e refletir o que todo brasileiro sente profundamente na alma. A Amazônia é Nossa!
Não duvidamos em nenhum momento do patriorismo do Presidente Lula. Mas estaremos bem atentos às reações governamentais a essas tentativas de intromissão em assuntos internos do Brasil. Porque sabemos que dentro do próprio governo, encharcado de lama e vergonha pelos sucessivos escândalos e improbidade, existem e existirão traidores interessados em vender a própria mãe. Quanto mais vender a Mãe Pátria, coisa que, para muitos dos que estão em Brasília se locupletando com o salário pago pelos trabalhadores brasileiros, não vale absolutamente nada. No entanto, para nós, brasileiros, o Brasil é o que mais importa.

