Em entrevistas a programas transmitidos pelos canais “CBS”, “CNN”, ABC, “NBC” e “Univisión”, Obama defendeu energicamente sua proposta para a cobertura médica universal, a ampliação de opções de seguros e a redução dos custos de saúde.
Só que a reforma de um sistema de saúde que movimenta $ 2,5 trilhões, uma
tarefa que os EUA arrastam há mais de 40 anos e cujo sucesso ou fracasso marcará a gestão de Obama, enfrenta uma batalha dentro e fora do Congresso.
Os conservadores criticam a intromissão do Governo e acusam o presidente
de tentar impor um sistema socialista.
“Isso não é um plano radical. Simplesmente estou tentando responder o
que todo mundo reconhece como um grande problema”, assegurou Obama à
“ABC”.
Segundo Obama, a exigência para que todo americano compre um seguro
de saúde não deve ser encarada “como um aumento dos impostos”.
O presidente americano disse rejeitar “absolutamente” a noção de seus detratores de que os consumidores terminarão pagando os impostos e cotas estipuladas para as seguradoras e farmacêuticas nas propostas debatidas no Congresso.
Nos EUA, há cerca de 47 milhões de pessoas sem seguro médico e apesar do
que investe em saúde (um sexto de sua economia), a qualidade dos serviços é
muito mais baixa na comparação com outros países industrializados.
A Fundação Família Kaiser disse em seu site que um seguro médico custa a
uma família média $ 13.375 anuais, e o aumento de 138% da última década supera amplamente o dos salários. Se não houver mudanças no sistema, adverte, o montante poderá chegar a $ 30.083, em 2019.
Obama disse à “Univisión” que a “opção pública”, na qual o Governo
concorreria com empresas privadas, não está morta, mas que é apenas um dos elementos da reforma.
O presidente reiterou, da mesma forma que fez diante dos microfones
da “CNN”, que a reforma excluirá os imigrantes ilegais, com o que tenta
apaziguar os conservadores.
O anúncio, porém, gerou protestos na comunidade imigrante, que o apoiou
nas urnas em 2008.
Os imigrantes ilegais, como explicou, não poderão ter acesso a subsídios
federais para comprar um seguro através de um programa de “troca” e a reforma deverá ter mecanismos para verificar a elegibilidade dos residentes legais.
No entanto, afirmou que assegurará que as quatro milhões de crianças nascidas nos EUA e que tenham pelo menos um dos pais imigrante ilegal contem com a cobertura médica.