Usado somente por militares desde os anos 1940, o uso civil e comercial de drones - um dispositivo aéreo não tripulado e controlado por frequências de rádio - tem se tornado cada vez mais popular com a modernização dos chamados “multicópteros”, nos últimos dois anos.
Com uma variedade de modelos, que vão de $30 a milhares de dólares, os drones podem ter finalidades úteis que vão além da recreação. “Muitas pessoas ainda não se deram conta das muitas coisas incríveis e úteis que poderão ser feitas com os drones. Essas coisas não eram feitas até hoje porque não havia segurança para isso”, explica Loretta Alkalay, que é advogada e consultora sobre o assunto, fotógrafa de drones e professora adjunta do Vaughn College of Aeronautics. “Por exemplo, buscas e resgates em altitudes muito baixas, enviar ajuda em desastres, mapeamentos, agricultura, melhor gerenciamento de colheitas, melhor uso de água, vários tipos de inspeções que são perigosas de se fazer com aviões ou helicópteros, como a inspeção de pontes, entre outras coisas”, exemplica.
O valadarense Jobson Chaves tem apostado nos drones para a realização de diversos trabalhos de filmagem. “Uma filmagem com um helicóptero, por exemplo, custa a partir de $700 dólares por hora. Agora, com o uso de drones, é possível se fazer uma filmagem aérea a partir de $100 dólares por hora, dependendo do tipo de filmagem e do drone usado”, explica Jobson. “Além disso, os helicópteros não podem filmar abaixo de 100 pés, enquanto os drones podem filmar a partir do chão até mais de 500 pés, o que é estabelecido por lei”.
Além de trabalhar com filmagens de casamentos, construções e empreendimentos imobiliários, Jobson e sua equipe da Gorilla Footage são contratados para trabalhar para o governo local, sobrevoando e filmando cruzamentos com tráfego pesado para o estudo de melhorias no transporte, por exemplo.
Uma companhia que tem investido nos drones nos últimos tempos é a Amazon, que anunciou recentemente que começou a fazer testes para a entrega com drones. Mas, o advogado Jonathan Rupprecht, de West Palm Beach, acredita que ainda deve demorar algum tempo para essas operações iniciarem oficialmente devido a diversos fatores, entre eles, o curto tempo da bateria e a falta de regulamento para essas operações.
Leis
Os drones se movimentam no ar, que é fiscalizado pelo Federal Aviation Administration, mas ainda não há uma lei específica relacionada ao seu uso. O assunto tem sido desafiador até mesmo para especialistas, que acompanham o progresso de novas leis relacionadas ao uso dos dispositivos. O advogado Jonathan Rupprecht publicou um livro recentemente, “Drones: Their Many Civilian Uses and the US Laws Surrounding Them”, disponível no Amazon.com, na tentativa de esclarecer questões relacionadas ao produto. “Quem usa drones como hobby não precisa ter licença. Ele pode simplesmente ir a uma loja, comprar um drone e voá-lo sob algumas restrições. Se você quer ganhar dinheiro com esses voos, a história é diferente. A FAA requer que o indivíduo tenha uma isenção da Sessão 333, um Certificado de Autorização (COA), um dispositivo registrado e uma licença de piloto. Fica bastante caro e burocrático operar comercialmente sob a visão da FAA”, explicou o advogado.Loretta reforça que a questão da licença para se operar um drone depende do peso do dispositivo e se a pessoa operando está fazendo por hobby ou por motivos comerciais. “Se for abaixo de 55 libras, operadores recreativos não precisam ter nenhum certificado. No entanto, a FAA lançou um conjunto de regras relacionadas à segurança de operações como, por exemplo, dar preferência a aeronaves tripuladas, voar de acordo com um conjunto de normas de segurança, notificar um aeroporto se estiver a 5 milhas de distância, etc”.
Inovações
Uma companhia de Coral Springs chamada Urban Drones já conseguiu ultrapassar os $200 mil dólares em doações, necessários para a criação do Splash Drone, que é capaz de posar e flutuar na água. A invenção poderá trazer inovações também na água, no caso de barcos correndo algum tipo de perigo, por exemplo. Para os aventureiros, a nova invenção também poderá ser uma forma de registrar esportes aquáticos, como o surfe.O Splash Drone está sendo desenvolvido desde 2007 por Alex Rodriguez e Ryan Perez. O drone pode seguir um navegante por 15 minutos, lançar um salva-vidas a um nadador correndo perigo e o operador do aparelho pode ficar a uma distância de até meia milha e poderá controlar através de um telefone. Haverá um dispositivo à prova d’água para uma câmera, um vídeo em tempo real, conectado diretamente a uma câmera GoPro.
Urban Drones fez uma parceria com uma fábrica chinesa e está fazendo uma campanha no Kickstarter, uma plataforma de arrecadação coletiva. A campanha terminou no dia 8 de abril com $303.429 em doações. A ideia é que o dispositivo chegue ao mercado dentro de 18 meses.
Siga as dicas de um expert
Jobson já perdeu muitos drones desde que começou a se aventurar. “Eu errei, pois comecei comprando um caro, de $1500 dólares. Deixei cair no primeiro dia”, relata ele, que vive em Davie e está nos EUA desde 1992. “Depois, comprei um igual, que deixei cair em uma semana. Comprei outro mais tarde, e assim foi”, disse.Mas, como leva muito tempo para conseguir ter prática com o controle do dispositivo, Jobson aconselha aventureiros a começarem com o mais barato. “Depois que você começa com um caro, você não consegue voltar para trás”, disse. “O importante também é começar com um mais leve para não ter perigo de machucar ninguém”.
Ele explica que, hoje em dia, há mais pessoas no mercado em que ele está, mas o que faz a diferença é o piloto. “No meu caso, eu piloto e filmo ao mesmo tempo. Mas há casos em que o piloto controla o drone e outra pessoa controla a câmera”, disse.
Saiba mais
Para saber mais sobre os regulamentos referentes a drones, acesse: dronelawjournal.com.