Os Estados Unidos precisam de uma reforma imigratória “integral”, para poder enfrentar o problema da imigração clandestina “em longo prazo”, mais além das atuais medidas para reforçar a segurança de fronteira, disse o presidente norte-americano, George W. Bush.
“Acredito firmemente que, para poder proteger a fronteira, o Congresso tem que aprovar um plano integral que, por um lado forneça fundos adicionais” para medidas de segurança, e pelo outro, “reconheça que existem pessoas que entram de maneira clandestina para fazer os trabalhos que os norte-americanos não fazem”, disse.
A reforma imigratória se encontra congelada no Congresso, onde as duas câmaras não se colocam de acordo para homologar seus respectivos projetos.
Entre as diferenças, os deputados querem criminalizar os imigrantes clandestinos, enquanto os senadores querem uma legalização paulatina. Os projetos poderiam continuar bloqueados pelo menos até após as eleições parlamentares de novembro.
“Continuarei pressionando ao Congresso para que pense de maneira integral sobre essa peça vital de legislação”, disse Bush.
Estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas - apesar de os números variarem e o presidente Bush ter falado em 11 milhões - vivem nos Estados Unidos depois de ter entrado no país de maneira ilegal.
Muitos especialistas sinalizam a essa população como um elemento positivo chave para a economia norte-americana, enquanto vários setores conservadores se encontram em uma dura campanha contra a presença de imigrantes ilegais.
“Para assegurar a fronteira em longo prazo, precisamos ter um plano de trabalho racional”, disse Bush.
Segundo o presidente, nos Estados Unidos “temos que tratar as pessoas com dignidade”, já que essa é “uma nação de imigrantes”.
“Quando o Congresso se coloque a trabalhar em uma lei integral, os lembrarei de que é virtualmente impossível encontrar a 11 milhões de pessoas que estão aqui trabalhando duro, em muitos casos formando famílias, e expulsá-los”.
Entretanto, o presidente norte-americano criticou o projeto dos senadores, ao afirmar que “conceder cidadania automática também não funcionará”, já que isso “apenas dará um incentivo adicional àqueles que querem entrar de forma clandestina” ao país.
Bush adiantou ainda que seu secretário de Segurança Interna, Michael Chertoff, anunciará no final deste mês novas medidas tecnológicas de segurança para a fronteira com o México.