O papa Bento 16 disse nesta quarta-feira (20) ter um "respeito profundo" pelo islã e deseja que suas declarações dadas em discurso feito na Alemanha na semana passada, que causaram indignação entre muçulmanos, possam levar ao diálogo entre as religiões.
Bento 16 avalilou que seus comentários podem causar interpretações erradas, mas afirmou que não tinha intensão de fazer "uma imagem negativa do islã".
"Eu espero que, em vários momentos da visita (...) meu respeito profundo pelas religiões, particularmente a muçulmana, que está engajada com a defesa e a promoção da justiça social, dos valores morais, da paz e da liberdade para todos os homens, tenha ficado claro", disse o papa durante sua audiência semanal no Vaticano.
"Eu acredito que, após a reação inicial, minhas palavras na Universidade de Regensburg possam impulsionar o diálogo entre as religiões e entre a modernidade e a fé cristã", disse o papa diante centanas de fiéis na praça São Pedro. A segurança foi reforçada no local.
A polêmica
Durante a realizaão do discurso na universidade, o papa lembrou as palavras de um imperador bizantino, que diziam que os ensinamentos do profeta Maomé eram "cruéis e desumanos", e que o islamismo havia se disseminado pelo mundo por meio da violência. "Infelizmente, o trecho foi mal compreendido", afirmou hoje Bento 16 em Roma, em um discurso traduzido para várias línguas.
"De modo algum quero fazer minhas as palavras do imperador medieval", disse o papa. "Eu queria explicar apenas separar a religião da violência", afirmou o papa.
Reação
Neste domingo (17), o papa afirmou "lamentar muito" a reação da comunidade muçulmana e disse que a frase mencionada "não refletem sua própria opinião". Apesar do pedido de desculpas, os muçulmanos dizem que não é o suficiente e querem a divulgação de uma nota oficial com um pedido de desculpas.