Cientistas da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, divulgaram ter comprovado a eficácia e a segurança do primeiro medicamento desenvolvido para tratar da ejaculação precoce.
Em pesquisa divulgada pela revista médica The Lancet, os especialistas afirmam que a substância ativa da droga, a dapoxetina, aumenta de três a quatro vezes a duração de uma relação sexual.
A ejaculação precoce é um problema que afeta cerca de 30% dos homens, e não existem medicamentos contra o problema no mercado.
O tratamento normalmente é feito através de aconselhamento psicológico e o uso de antidepressivos da família da dapoxetina, os chamados inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRI, na sigla em inglês).
Alguns especialistas, no entanto, já deixaram clara suas preocupações quanto ao uso desses antidepressivos, devido os efeitos colaterais que eles provocam, como alteração no peso e reações cutâneas.
A dapoxetina não é tão forte quando os demais SSRI utilizado contra a depressão, e foi especialmente criada para tratar a ejaculação precoce.
De acordo os cientistas, ela pode ser usada cada vez que for necessária e dispensa a ingestão por um tempo prolongado.
Testes
NO estudo da Universidade de Minesotta, os cientistas combinaram dois testes com o medicamento.
Foram avaliados mais de 2,6 mil homens com problemas de ejaculação precoce em grau moderado a grave. Eles receberam dosagens de 30 mg ou 60 mg de dapoxetina, ou ainda um placebo.
No começo da pesquisa, em média, esses homens ejaculavam menos de um minuto após a penetração.
Após doze semanas, esse tempo subiu para 1min45 naqueles que tomaram placebo, 2min47 entre os que foram medicados com 30 mg de dapoxetina, e 3min19 nos que ingeriram 60 mg da droga.
"A dapoxetina também melhorou a percepção dos pacientes no controle da ejaculação e sua satisfação com a relação sexual", afirmou Jon Pryor, coordenador da pesquisa.
"Suas parceiras também se beneficiaram, sentindo-se mais satisfeitas com a relação sexual", explicou Pryor.
Comercialização
A dapoxetina foi desenvolvida pela Alza Corporation, uma afiliada da Johnson & Johnson, mas o uso da droga ainda não foi liberado em vários países.
Mesmo assim, em um editorial que acompanhou o artigo na The Lancet, o urologista italiano Francesco Montorsi afirmou que o medicamento se mostrou seguro e tolerável.
"A esperança é de que a dapoxetina se torne uma droga importante para oferecer aos pacientes que sofrem de ejaculação precoce", afirmou.
Organizações que lidam com a saúde masculina elogiaram os testes. "Realmente existem poucos tratamentos para o problema, então qualquer medicamento que ajude é bem-vindo", disse Peter Baker, do Forum para a Saúde do Homem.
"Mas temos que nos lembrar que um dos maiores obstáculos ao tratamento é convencer os homens a procurar ajuda", afirmou. "Muitos ainda se sentem envergonhados em falar com seus médicos sobre o assunto."