Nos textos de seus programas de governo, são muito semelhantes as propostas para política externa de Geraldo Alckmin (PSDB/PFL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PRB/PCdoB). Mas em seus discursos, os dois candidatos têm realçado as diferenças nessa área. Lula defende que se mantenha a relação com os países mais pobres do Sul do planeta.
Já Alckmin quer a aproximação com "centros mais dinâmicos da economia". Uma das prioridades de Lula é a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) para garantir uma vaga brasileira no Conselho de Segurança. Já Alckmin quer que o país faça parte do G-8, grupo de oito países mais ricos do mundo.
A principal crítica de Alckmin é de que a política externa de Lula seria simplesmente ideológica, por afinidade política com alguns governos. Essa política, segundo Alckmin, não teria trazido resultados práticos para o comércio do Brasil com outros países. “Vou despolitizar a política externa”, prometeu Alckmin durante o debate da TV Record, segundo sua assessoria de imprensa.
Já o material de campanha de Lula critica a “dependência dos Estados Unidos” nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso, colega de partido de Alckmin. E promete privilegiar o “processo de integração sul-americana e as relações Sul-Sul” – referindo-se a outros países do Sul do planeta. E quer manter com os países desenvolvidos um "relacionamento positivo e soberano".
Em seu programa, Alckmin também promete empenho nas relações com países latino-americanos e africanos. Mas afirma que é preciso trabalhar “com base em interesses recíprocos”.
E também defende “intensificar as relações com os centros mais dinâmicos da economia global”. Nesse sentido, pede a retomada das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), ao acordo Mercosul-União Européia, e das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em seu programa, Lula promete fortalecer medidas “contra a concorrência predatória de produtos estrangeiros”. No caso do comércio com os países da América Latina, quer estimular o intercâmbio comercial em moedas nacionais, sem passar pelo dólar.
Lula promete também continuar a defender uma reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e buscar uma vaga permanente do país no Conselho de Segurança. Atualmente, o conselho é formado por cinco membros permanentes: China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia. O Brasil defende uma ampliação do número de conselheiros permanentes, que incluiria o país como representante da América Latina.
Alckmin diz considerar "razoável" que o Brasil ocupe um assento permanente no Conselho de Segurança, mas defende, de forma mais imediata, que o país se aproxime da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos (OCDE) ou seja acolhido pelo G-8, grupo dos oito países mais ricos do mundo. Há uma proposta em discussão no G-8 para acolher países politicamente representativos como conselheiros.
Agência Brasil