O porta-voz do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) em San Francisco, na Califórnia, James Schwab, pediu demissão do cargo e fez graves acusações à administração Trump.
James Schwab disse ao San Francisco Chronicle no final da segunda-feira, 12, que os funcionários da administração, incluindo o procurador-geral Jeff Sessions e o presidente Donald Trump, aumentaram grosseiramente o número de imigrantes indocumentados que evitaram a prisão depois que a prefeita de Oakland, Libby Schaaf, anunciou sobre os dias de blitz em fevereiro.
"Eu desisti porque não queria perpetuar fatos enganadores", disse Schwab. "Pedi-lhes que mudassem a informação. Eu disse a eles que a informação estava errada, eles me pediram para deixar e eu não concordei com isso. Então dei um tempo e pedi pra sair".
Schwab acrescentou que, mesmo que não houvesse nenhum aviso prévio sobre o ataque, "nunca seríamos capazes de capturar 100% da lista de destino".
O ICE informou, depois da batida, que 232 pessoas foram presas na varredura, mas afirmou que o número poderia ter sido maior, caso não tivessem sido avisados com antecedência.
O diretor do ICE, Thomas Bodan, afirmou que 864 "estrangeiros criminosos" escaparam da prisão, e o presidente Trump disse que cerca de 1.000 pessoas teriam sido pegas, chamando a advertência de Schaaf de "desgraça". Sessions acusou o prefeito de Oakland de promover "uma agenda radical de fronteira-aberta".
"Os esforços dos políticos locais impediram a captura de imigrantes criminosos passíveis de remoção e criaram outro íman para mais imigração ilegal, tudo à custa da segurança das pessoas que eles pretendem proteger", afirmou a agência em um comunicado.
Schwab disse em entrevista à CNN que não podia mais "suportar o fardo - continuando como representante da agência e acusado de manter a integridade, sabendo que a informação era falsa".
A prefeita de Oakland, Libby Schaaf, aplaudiu a decisão de Schwab. "Nossa democracia depende dos servidores públicos que atuam com integridade e mantêm transparência no mais alto respeito", disse o prefeito em comunicado.