Para garantir o direito ao voto em todas as regiões do país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) repassa aos tribunais regionais recursos para gastos que vão desde transporte e contratação de pessoal até materiais de divulgação.
Este ano, o TSE calcula que serão investidos R$ 600 milhões no processo eleitoral - R$ 500 milhões no primeiro turno, e R$ 50 milhões, no segundo. De acordo com o tribunal, o valor médio do voto no país, no primeiro turno, foi de R$ 4,70.
O custo de votação variou de um estado para outro. Enquanto o voto em São Paulo custou R$ 1,16, o de Mato Grosso ficou em R$ 4,32 e o do Amazonas, R$ 7,00. O cálculo é feito dividindo-se o dinheiro investido por cada estado no processo eleitoral pelo número de eleitores.
Em uma aldeia indígena, no Parque Nacional do Xingu, o custo do voto está acima de R$ 1 mil, se computado apenas a despesa com transporte aéreo.
No primeiro turno, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso gastou R$ 17,9 mil para levar urna e mesários até uma seção eleitoral instalada na aldeia Metuktirê, no Parque Nacional do Xingu. Quatro índios compareceram para votar, elevando o custo do voto para R$ 4,4 mil.
Na aldeia Capoto Alto, também no Parque Nacional do Xingu, o custo do voto foi de R$ 1.069,29. A seção contava com 60 eleitores da etnia Caiapó, mas apenas 17 compareceram no primeiro turno. Metuktirê e Capoto Alto, entretanto, não são referências de comparecimento em dia de eleição.
A abstenção foi alta porque esses índios estavam ajudando a localizar o avião da Gol que caiu naquela região, dois dias antes da eleição. Das 30 seções eleitorais em aldeias indígenas preparadas pelo TRE/MT, onde votam 5.857 eleitores, o comparecimento médio foi de 79,65%, ou seja, 4.665 votantes.
Para levar urnas eletrônicas, mesários e todo o aparato de transmissão de dados até as aldeias do Alto Xingu o TRE/MT não tem alternativa senão o transporte aéreo. As duas aldeias ficam 1h30 e 1h45 de vôo da sede da Zona Eleitoral, em Peixoto de Azevedo.
Agência Brasil