O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considera “apropriado” o projeto de lei que proíbe cidadãos americanos de adotarem crianças russas, mas disse que precisa ler o texto final da nova medida para poder aprová-la.
O projeto de lei que proíbe a adoção de crianças russas foi aprovado pela Duma (câmara baixa do Parlamento russo), na última semana, com um placar de 400 votos a quatro. A medida também prevê sanções contra estrangeiros que “atentem contra os direitos de cidadãos russos” e multas a ONGs com financiamento americano.
A lei foi chamada de Dima Iakovlev, em referência a um menino russo de dois anos que morreu após ter sido deixado por seus pais adotivos em um carro fechado em pleno verão nos Estados Unidos, em 2008. O pai foi absolvido pela Justiça americana, o que provocou protestos em Moscou.
A votação acontece dias depois de Washington aprovar a chamada Lei Magnitski, que impõe sanções a funcionários russos envolvidos na morte do jurista Serguei Magnitski em 2009.
Ele cumpria prisão preventiva após ser acusado de desvio de verbas e lavagem de dinheiro quando foi morto e torturado por agentes russos, que ainda impediram que ele recebesse atendimento médico. A lei foi criticada por Putin, que a chamou de “ato não amistoso” e citou os “muitos problemas” sobre os direitos humanos nos Estados Unidos.
Em entrevista coletiva, Putin afirmou que a decisão foi “emocional, mas apropriada” e que responde a uma chamada “falha na proteção dos direitos das crianças russas adotadas”. Para Moscou, a acusação é prova de que os americanos descumpriram o tratado de adoção assinado este ano.

