Até o fim do ano, o modo mineiro de fazer queijos artesanais e a Feira de Caruaru, em Pernambuco, serão reconhecidos como patrimônios culturais do Brasil. A informação foi dada hoje (18) pela diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Márcia Sant’Anna.
Ela está em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, entregando às comunidades indígenas a certidão de Patrimônio Cultural do Brasil concedida à cachoeira de Iauaretê, primeiro local registrado no Brasil como bem cultural imaterial – mas o oitavo bem cultural imaterial já reconhecido pelo Iphan.
Os outros são a arte Kusiwa dos índios Wajãpi; o ofício das paneleiras de Goiabeiras; o samba de roda no Recôncavo Baiano; o Círio de Nossa Senhora de Nazaré; o ofício das baianas de acarajé; a viola-de-cocho e o jongo.
O registro dos bens culturais imateriais é regulado pelo Decreto 3.551, de 2000. O processo é iniciado com um pedido da comunidade detentora do saber, ao que se segue uma ampla e demorada pesquisa sobre aquele patrimônio, até que o Conselho Consultivo do Iphan aprecie a solicitação. No caso da Cachoeira de Iauaretê, essas etapas levaram dois anos.
“Na realidade, todo esse processo já corresponde a um investimento de salvaguarda, porque nós entendemos que a proteção começa na identificação do bem, na discussão com as comunidades sobre o que vamos selecionar para registro”, ressaltou Márcia Sant´Anna. “Não temos muita verba, nem gente, para fazer esse trabalho, mas a idéia é que governos estaduais, municipais e a própria sociedade assumam o registro, sob orientação do Iphan”.
Além do queijo-de-minas e da Feira de Caruaru, há pelo menos 14 bens culturais imateriais em processo de reconhecimento pelo Iphan: os cantos sagrados de milho verde, de Minas Gerais; o circo de tradição familiar (nacional); a capoeira, do Rio de Janeiro e da Bahia; o sanduíche de Bauru (São Paulo); o frevo, de Pernambuco; o teatro popular de bonecos ou mamulengo, do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba; o empadão e o alfenim, de Goiás; o cuxá, do Maranhão; a linguagem dos sinos nas cidades históricas mineiras; o Festival Folclórico de Parintins dos Bois-Bumbás Garantido e Caprichoso (AM) e o samba do Rio de Janeiro.
Agência Brasil