De acordo com uma pesquisa, os homens perdem mais tempo conversando sobre assuntos de pouca importância: a média seria de uma hora e dezesseis minutos por dia contra 52 minutos das mulheres. E o local preferido deles para o papo furado é o ambiente de trabalho. A sala do cafezinho é a sala da fofoca.
“No cafezinho sempre tem um montinho de homem conversando, fofocando, aí quando a gente entra eles ficam quietos”, diz Bianca Kuhn, consultora de RH.
O estudo do Instituto OnePoll entrevistou 5 mil pessoas na Inglaterra. Em 22 dias, homens tricotam quase nove horas a mais. Mas o sexo frágil tem língua mais ferina: critica outras mulheres, fala da vida sexual de conhecidos e comenta o peso das amigas. O estudo fez descobertas: 58% dos homens admitem que fofocar os deixam enturmados e 31% gostam mais de fofocar com a parceira do que fazer sexo.
Entre os assuntos favoritos dos homens entrevistados no estudo estão histórias vividas por amigos e comentários sobre mulheres. Elas preferem reclamar do comportamento dos outros, falar da vida sentimental de co-nhecidos e do peso das amigas.
“Do peso, sempre, mas homem também fala do peso: ‘ah, tá meio gordinha’”, comenta Ruth Bandeira, consultora de RH.
E um comentário maldoso no trabalho pode não só prejudicar a vítima da fofoca. Há risco também do linguarudo também ser obrigado a pagar pela indiscrição.
“Quando a fofoca chegou na pessoa, ela foi falar com o diretor e o que eles fizeram, percorreram o caminho da fofoca. E o res-ponsável pela fofoca recebeu uma punição bem grave”, conta Bernt Entschev, consultor de carreira.
Um psicólogo diz que a pesquisa derruba um preconceito. Seja homem ou mulher, admitindo ou não, todo mundo fofoca.
“Fofoca revela uma particularidade da natureza humana. A gente precisa conversar, a gente precisa estar em contato com as outras pessoas”, diz Adriano Holanda, psicólogo.
Fofocas no trabalho
Embora muitas pessoas demonstrarem detestar a fofoca, é muito difícil encontrar alguém que nunca tenha falado alguma coisa da vida de outra pessoa.
A origem da palavra fofoca vem do verbo mexericar que significa falar mal de alguém e que deriva do forte odor da fruta, pois quem come mexerica não tem como negar.
Historicamente, falar sobre a vida alheia é uma prática bastante antiga. Os homens da pré-história buscavam informações acerca da vida de outras pessoas para saber de suas fraquezas, seus medos, o que sabiam fazer, seus desejos e outros.
Diz o ditado popular que quem conta um conto, aumenta um ponto... Quando se sabe de um boato ou fofoca grande, pode-se ter a certeza de que foi construída por imaginações férteis à custa de frustrações de muitas pessoas, cada uma delas acrescentando ao relato original seus medos e inseguranças.
Agora, falando de fofocas dentro das organizações a mesma pode ser muito prejudicial, pois sempre deixa seus vestígios. As fofocas podem arruinar a carreira de uma pessoa, podendo ter efeitos perversos sobre o clima da equipe de trabalho.
Isso traz prejuízos para o ambiente de trabalho, para a confiança entre colegas e chefes, para o moral do grupo e para a pessoa vítima da fofoca ou do boato. É preciso que cada um que trabalha em uma organização - você inclusive - tome muito cuidado com o que fala por aí a respeito dos outros.
O fator falta de comunicação, tem muito a ver com a fofoca e o clima motivacional deficitário. Baseado nisso é importante saber que o clima motivacional é um fator importantíssimo para as organizações, e as empresas devem se ater a isso, pois assim podem-se proporcionar aos seus colaboradores lugares saudáveis para se trabalhar.
A relação funcionário-chefe deve ser a mais harmônica possível, pois para que o envolvimento de todos os colaboradores seja eficiente é preciso que os mesmos estejam envolvidos e só fiquem envolvidos se estiverem motivados.
Hoje, muito mais que garantir produção é necessário garantir um bom lugar para se trabalhar. É essencial que os líderes demonstrem interesse nas idéias e sugestões dadas pelos colaboradores.
A fofoca vai sempre existir, é inevitável, mas o que se deve mudar é a relação que se tem com ela, pois, muitas vezes, a mesma tem fundamento. O importante é saber diferenciar o mexerico de uma informação “em off”.
Portanto, os líderes devem trabalhar os valores morais das equipes tornando-as unidas e evitando assim que os boatos sejam espalhados.
Evitando a fofoca
Quantos fofoqueiros são necessários para substituir uma lâmpada queimada? Três: um para realizar a tarefa operacional e reclamar pela lâmpada ter queimado e dois para colocar em prática o vírus com comentários negativos sobre a roupa de quem está trabalhando, a maneira como subiu e desceu da escada e, posteriormente, provocar comentários de como ficou o resultado da iluminação.
O vírus da fofoca pode ocorrer nos locais mais diversos com pequena ou grande quantidade de pessoas, em locais inusitados e quando um trabalhador demonstra expressiva dificuldade em acolher as mudanças que lhe são impostas, seja pelo ambiente profissional em que está inserido, ou ainda, pela forma como os outros colaboradores se relacionam, disseminando entre os colegas que o problema, frequentemente, está na empresa, na gestão, na liderança, nos equipamentos ou em algum outro fator externo. O antivírus é a ação de não levar adiante uma fofoca, prezando em valorizar a cooperação e estimular a proeminência do companheirismo.
Dar ouvidos a um fofoqueiro pode trazer consequências tristes. Lamentavelmente, o fofoqueiro é ainda um personagem garantido em muitas organizações e, continuamente, lança o vírus da fofoca fazendo com que inúmeros profissionais levem consigo experiências negativas de empresas onde a fofoca gerou situações constrangedoras. Inúmeros desligamentos e afastamentos de locais de trabalho foram solicitados, em decorrência da dificuldade de adaptação à cultura organizacional e aceitação aos colegas que, frequentemente, usavam da fofoca para buscar promoções e prejudicar o crescimento de um colaborador. Observe que há pessoas que ficam incomodadas com o sucesso de outras pessoas e acabam não controlando a língua. Há pessoas que aborrecidas, acabam disseminando o vírus da fofoca ao descobrir que você conquistou o primeiro lugar em uma competição, ingressou na universidade, iniciou um curso superior ou realizou uma conquista pessoal. Dar ouvidos a um fofoqueiro pode trazer consequências tristes, pois no momento de tirar os fatos a limpo, você pode ser considerado o culpado da história.
É momento de acionar o antivírus para combater a fofoca. Quando um colega de trabalho falar que a “boca é um túmulo” utilize o antivírus e realize o combate da fofoca. Detecte o vírus quando um intrigueiro somente fala mal dos outros, dissemina a discórdia e não é capaz de avaliar as falhas cometidas. O antivírus é acionado e entra em ação, quando a equipe de trabalho percebe que os resultados coletivos estão sendo prejudicados em decorrência da maledicência e dos boatos gerados por um ou mais integrantes da empresa. Para realizar a remoção do vírus, a liderança não pode usar intermediários. Deve solicitar uma reunião e de maneira enérgica colocar ponto final na situação. É momento de acionar o antivírus para combater a fofoca e compreender que o vírus pode ser disseminado por falta de experiência, entretanto, o fofoqueiro que recebeu uma dose de antivírus, foi alertado e já está avisado sobre o assunto.
A etiqueta corporativa abrange respeito aos demais colegas. Você foi convidado para um almoço por um colega de trabalho. Durante o encontro constata que o assunto principal é a disseminação do vírus da fofoca sobre outros colegas da empresa. Qual a sua conduta? Primeiramente, é necessário demonstrar e deixar evidente que você é uma pessoa educada e profissional, agradecendo o convite do almoço. Em seguida é necessário indicar que a etiqueta corporativa não é algo fútil e seu alcance está além de distinguir entre um garfo de salada e o do prato principal. Acione o antivírus e mostre que não há interesse algum da sua parte na continuidade da conversa sobre este assunto. Observe que a etiqueta corporativa abrange respeito aos demais colegas, principalmente, quando estes não estão presentes. O clima organizacional perde com a fofoca através do vírus destrutivo do respeito ao próximo.
Normalmente o fofoqueiro é o locutor oficial do programa “disse-me-disse” da “rádio peão” ou da “rádio corredor” (rede informal de comunicação transferida sem controle) e além de veicular intrigas e boatos, disponibiliza parte do seu tempo para ações improdutivas e deixa de realizar contribuições para o crescimento da empresa. Quando um colega de trabalho entrar na sala e anunciar: “Vocês sabem da última?”, imediatamente fique atento e acione o “antivírus do detector de fofocas”, pois certamente, você estará ouvindo mais uma informação sem que os principais envolvidos estejam presentes.

