Uma das principais dúvidas dos meus clientes de coaching, a mais recorrente delas, diz respeito ao processo de decisão. Invariavelmente, seja no começo, meio ou no fim do processo, a dúvida é: como tomar decisões usando a emoção ou a razão?
A gente se acostuma, ou melhor, acostuma os ouvidos a escutar certas coisas, certas regrinhas e, por conta disso, acha que elas estão certas. Por exemplo: Quantas vezes você já ouviu alguém dizer a você que deve decidir com o coração? Seja em realities shows, seja em novelas, programas matinais, palestras, enfim, em todos os cantos vemos gente falando isso. É melhor decidir com o coração, blá, blá, blá. Será mesmo? E a razão, fica onde?
Será que tomar as decisões importantes que temos que tomar todos os dias usando apenas o coração, ou seja, a emoção, é melhor do que analisar, ponderar, tentar antecipar as consequências, em suma, racionalizar?
Meus clientes, bem como todo mundo, eu inclusive, gostaríamos de ter uma fórmula secreta ou matemática que pudéssemos aplicar na hora em que surge uma dúvida ou bifurcação diante de nós. Seria bem mais simples. Normalmente, a vida é um tiquinho mais complicada.
Nunca consegui responder assim na lata para meus clientes o que é melhor, uma decisão emocional ou racional. Simplesmente porque as pessoas são diferentes umas das outras e o que é melhor para mim pode não ser o melhor para ele, ou para você que está aí do outro lado desse texto.
Eu, Marcelo, sou extremamente emocional. Não no sentido de tomar decisões, falo no sentido amplo da minha personalidade. Diria que sou 99% passional. Seja em relação a pessoas ou a coisas. Mas, não hora de tomar decisões, aí viro a chave mental para o modo racional e tento racionalizar o máximo que posso.
Isso quer dizer que nunca tomei decisões emocionais? Impulsivas? Movido apenas pela paixão? É evidente que sim. Mas confesso que os resultados, em se tratando de coisas importantes, não foram lá muito bons.
Por ser uma pessoa passional, eu sempre quero perto de mim coisas apaixonantes. Vale para pessoas também. Não suporto gente morna e muito menos coisas que me dão tédio. Por outro lado, como empresário, como consultor de negócios ou de pessoas, não posso simplesmente sair por aí sendo movido pela paixão. Brinco com amigos que se fosse dono de uma loja de carros, só teria para vender carros azuis ou vermelhos. Ou seja, não duraria muito tempo no mercado visto que nem de longe são as cores que têm mais procura.
O que respondo aos que me perguntam o que é melhor, decidir com a razão ou com a emoção? Bem, uso como exemplo o que disse a mim mesmo: por que não as duas coisas?
Passei anos tentando descobrir se era melhor ser racionalmente emocional ou emocionalmente racional. Tendo a ser mais racional do que emocional. Digamos que 70% razão e 30% emoção.
A teoria do “escolher só com o coração” pode ser bonitinha, mas é cheia de espinhos disfarçados.
