A controvertida reforma de imigração norte-americana, que permanece emperrada no legislativo, e sem perspectivas de ser aprovada este ano, poderia aumentar os gastos fiscais em aproximadamente $126 bilhões na próxima década, de acordo com análise realizada pelo Escritório de Orçamento do Congresso (CBO).
O documento divulgado pelo CBO é considerado o mais completo estudo sobre a reforma, tanto para deputados quando para senadores.
Os benefícios sociais que receberiam os imigrantes regularizados, tais como o seguro social, seguro de saúde e descontos no pagamento de impostos por terem filhos, implicariam um aumento de US$ 50 bilhões.
A reforma imigratória proposta pelo presidente George Q. Bush, em janeiro de 2004, mantém divididos republicanos em ambas as casas do Congresso.
O representante republicano James Sensenbrenner, foi um dos principais artiticuladores para a provação, em dezembro do ano passado, de medidas severas contra os imigrantes, entre elas a criminalização dos indocumentados e das entidades que os auxiliem.
O representante republicano na Câmara, Tom Tancreco, que apóia medidas drásticas para reduzir o fluxo de indocumentados, disse que os custos do plano de reforma de imigração do Senado jamais foram levados em consideração.
Tancredo é um dos principais opositores da imigração ilegal, e encabeça a luta contra o projeto de lei aprovado pelo Senado em 25 de maio, e que deverá ser harmonizado com aquele aprovado pela Câmara.
O jornal Washington Times publicou matéria informando que o ex-pré-candidato presidencial pelo Partido Republicano, Pat Buchanan, publicou um novo livro intitulado “Estado de emergência: A invasão do Terceiro Mundo e a conquista dos Estados Unidos”.
Buchanan sustenta que a entrada ilegal de mais de 400 mil imigrantes por ano pela fronteira com o México, equivale à “reconquista” dos estados norte-americanos do sul, que até meados do século XIX pertenceram ao México.
O relatório do CBO sobre os gastos extraordinários que geraria uma eventual reforma de imigração calcula que a entrada de recursos para o governo no mesmo período – de 2007 a 2016 – poderia chegar a $1,7 milhão, considerando o pagamento de multas por parte dos imigrantes para ingressarem no programa de trabalhadores hóspedes e trabalhadores agrícolas.
Outros cálculos de entrada de recursos na década incluem cerca de $ 44 milhões em cobrança de impostos, mas apenas se o projeto de lei for modificado, observa o estudo.
A pesquisa realizada pelo CBO foi entregue ao Congresso no último final de semana, e assinala o aumento dos gastos fiscais nos EUA como conseqüência dos benefícios sociais concedidos a milhões de novos imigrantes legais, e ao aumento da vigilância de fronteira.
As medidas do projeto de reforma do Senado estipula a contratação de pelo menos 31 mil novos agentes e inspetores de fronteiras nos próximos cinco anos.
Outros gastos adicionais incluem $3,3 milhões para a construção e manutenção de um muro de 1,2 mil quilômetros em várias áreas da fronteira com o México.