Os brasileiros que residem no exterior devem enviar até o final de 2006 aproximadamente de US$ 7 bilhões em remessas para o Brasil.
O valor faz parte de uma pesquisa publicada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre as remessas de latino-americanos feitas para seus países de origem.
Segundo o BID o total que será enviado pelos latino-americanos nesta anos será de cerca de US$ 45 bilhões, um aumento de 50% em comparação a 2004.
Há dois anos, um estudo do BID sobre o mesmo tema mostrou que as remessas de latino-americanos totalizavam US$ 30 bilhões.
As cifras brasileiras são as maiores da América do Sul, mas fica muito aquém do mexicano, por exemplo, que chega a US$ 20 bilhões.
No continente, o Brasil supera, entre outros, a Colômbia, cujos imigrantes destinam mais de US$ 4 bilhões anuais a seu país de origem, e o Peru, cujas remessas chegam a US$ 2,5 bilhões.
Reflexos econômicos
Os reflexos no campo econômico do dinheiro enviado por brasileiros no exterior é também menos representativo do que o de outros países sul-americanos, segundo os organizadores do estudo.
"Não estamos fazendo uma apologia do envio de remessas, mas elas ajudam a melhorar padrões de vida em regiões mais pobres, onde famílias inteiras estão excluídas dos sistemas financeiro", disse Luis Alberto Moreno, presidente do BID
"A cifra brasileira atende apenas a 2% da população adulta do país, ao passo que a remessa dos países andinos, por exemplo, contempla 12% de suas populações adultas", avalia Sergio Bendixen, do instituto de pesquisas Bendixen & Associates, que realizou a pequisa para o BID.
"Outra diferença é que, diferentemente de países como México e Colômbia, cujas remessas são em sua maioria esmagadora enviadas a partir dos Estados Unidos, no Brasil, a maior parte das remessas vem do Japão", diz Bendixen.
Um estudo feito pelo instituto de pesquisas para o BID no ano passado estimou que dos US$ 2,65 bilhões em remessas enviadas a partir do Japão, US$ 2,2 bilhões tinham o Brasil como destino.