Família grande parece ser sinônimo de antigas fotos de família, da época que nossos bisavós costumavam ter muitos irmãos e também muitos filhos. Mas, por mais incomum isso possa parecer, as grandes famílias ainda estão presentes na atualidade.
Enquanto as mulheres estão cada vez mais dedicadas à vida profissional, buscam relacionamento que permita essa dedicação, postergam a hora de ser mães e diminuem a quantidade de filhos, a paulistana Clodyne Teixeira Seidel, que vive em Davie, segue o caminho inverso.
Com apenas 34 anos, ela se dedica integralmente à criação de seus 7 filhos: Michelly, 11 anos; Christian, 10; Rebecca, 8; Nicholas, 7; Rachael, 4; John-Louis, 3; e Selah, 1 e 10 meses, e espera pelo oitavo, que será a quinta menina da família e deve nascer em julho.
Como grande parte das mulheres, a brasileira até sonhava em ter filhos, mas ela e o esposo, Jim Seidel, não imaginavam que um dia teriam a casa cheia.
Tudo mudou há 12 anos, quando se casaram. “Eu queria ter filhos imediatamente. Meu marido
queria esperar dois anos. Então entramos em um acordo de esperar um ano. Mas, depois de três meses, ele me disse que estava amando tanto estar casado que queria começar a ter filhos imediatamente. Meu coração se encheu de alegria!”.
Clodyne e Jim tiveram logo os quatro primeiros filhos. Com um número de crianças que já não é tão comum atualmente, Jim pensou em fazer vasectomia. “Mas nunca achei uma boa ideia terminar com a possibilidade de ter filhos para sempre. Então fui contra”, conta a mãe da grande família.
Clodyne tomava pílula contraceptiva, porém, como um casal cristão evangélico, que toma suas decisões baseadas na Bíblia, segundo ela, ao descobrir que mesmo que mínima, há a possibilidade do aborto no início de uma gravidez, seu conceito mudou.
“Começamos a estudar o que a Bíblia diz sobre crianças e filhos. Um dos versículos que nos convenceu, entre muitos outros, da benção de muitos filhos foi o Salmo 127:3-5, que diz: ‘Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. Como flechas na mão de um homem valente, assim os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos a porta’. A decisão então ficou fácil para nós. Pedimos a Deus que nos ajudasse a amar crianças como Ele as ama. Então decidimos deixar nas mãos de Deus e receber com alegria todos os filhos que Ele tem para nos dar”, conta ela.
E foi a partir daí que o casal não mais planejou ter filhos, mas passou literalmente a deixar nas mãos de Deus. E se você está se perguntando se, com oito filhos, eles ainda pensam em ter mais, admiravelmente, a resposta é ‘sim’!
“Se for essa a vontade de Deus. Adoraríamos mais filhos. Está nas mãos Dele”.
Rotina da família

Clodyne é integralmente mãe, enquanto o esposo trabalha na área médica, como técnico de marcapassos. Toda a sua rotina de mãe é dedicada às crianças, inclusive no método de ensino. A família adotou o sistema homeschooling.
“Acordamos, tomamos café da manhã, lemos a Bíblia. Todos ajudam nas tarefas da casa. Depois começamos os estudos individuais e em grupo. Homeschooling não acontece em casa somente, é um estilo de vida. Estamos sempre aprendendo através de diferentes atividades e simplesmente vivendo o dia a dia”, explica Clodyne.
E é justamente no dia a dia que está o desafio de ser uma boa mãe em uma casa com tantas crianças. Segundo ela, a maior dificuldade é aprender a ser paciente no meio de um caos.
“Meus filhos brigam como irmãos normais. Alguns se dão melhores que outros. São diferentes com personalidades completamente diferentes. Incrível que saíram da mesma barriga”, diverte-se. “Eu sou mãe como outras mães. Estou aprendendo a abaixar a voz em vez de levantá-la. A corrigir com amor ao invés de frustração. Peço perdão aos meus filhos quando me dirijo a eles de uma forma errada e sem amor nas minhas palavras. O importante na nossa família é pedir perdão e perdoar uns aos outros. É colocar outros em primeiro lugar e não a si mesmos. Apesar de brigas, meus filhos são melhores amigos e se amam muito”, orgulha-se a supermãe.
Fora as atividades cotidianas, a família Seidel está sempre se divertindo em parques, jogando minigolfe e viajando. Inclusive, acabou de adquirir um trailer para acampar. “Temos viajado muito e conhecido muitos lugares. Estamos nos divertindo e aprendendo muito nessas viagens”, destaca.
Durante suas atividades, a família está acostumada com olhares e perguntas de quem se espanta com o número de membros. “As pessoas ficam muito surpresas, pois hoje em dia não é a norma ter muitos filhos. Quando vou para qualquer lugar, as pessoas me param e perguntam se são todos meus. Muitos dos nossos amigos com família grande passam pela mesma situação”.
A benção de ser mãe
Para Clodyne, ser mãe é uma benção. “Não existe nada melhor do que acordar de manhã com todos eles pulando na minha cama. Escutar tantos “eu te amo” e receber tantas cartinhas e presentinhos. Não existe nada melhor do que sentar na mesa de jantar, todos juntos, e conversarmos sobre vários assuntos. Cantarmos e orarmos juntos. Mas, acima de tudo, não existe nada melhor do que ver meus filhos crescendo e seguindo aos caminhos de Deus. Me sinto abençoada”, finaliza.
