Em seu segundo jogo no comando da seleção brasileira, o técnico Dunga conseguiu uma vitória por 3 a 0 diante da arqui-rival argentina, no Emirates Stadium, em Londres, e deu mais uma prova de que chegou ao fim a era dos intocáveis na equipe nacional.
O treinador deixou Kaká no banco de reservas. O astro entrou apenas no segundo tempo e acabou marcando um gol, os outros dois foram do meia Elano. Ronaldinho foi poupado por causa de uma lombalgia, mas Dunga fez questão de ressaltar que ele não é imprescindível ao time.
Ronaldo e Adriano, os outros dois do "quarteto mágico" de Parreira, nem sequer foram chamados pela nova comissão técnica.
Alegando manter a coerência, Dunga manteve na time titular os mesmos jogadores do empate por 1 a 1 com a Noruega, em sua estréia.
A aposta do novo técnico foi recompensada com futebol convincente, principalmente no primeiro tempo.
O terceiro duelo da Era Dunga está marcado para próxima terça-feira (5) contra o País de Gales, novamente em Londres, quando Ronaldinho pode voltar ao time.
O jogo
Sem Kaká, no banco, e Ronaldinho, com lombalgia, a seleção brasileira apresentou características pouco presenciadas no último Mundial. A ofensividade, com um futebol de toques rápidos e eficientes, ficou evidente desde o começo do clássico sul-americano.
Tanto que aos 3min o time já ganhava por 1 a 0. Robinho, um dos poucos que se salvaram da pífia participação brasileira no Mundial da Alemanha, fez uma boa jogada na entrada da área argentina e tocou para Elano abrir o marcador para os brasileiros.
Em quase todo o primeiro tempo, o Brasil apostou nas triangulações pelas laterais, algo também raro na Copa-06. O lado esquerdo era o mais explorado. Daniel Carvalho, Gilberto e Robinho tabelavam com rapidez e levavam constantemente perigo ao goleiro Abbondanzieri.
Os argentinos, por outro lado, estavam perdidos. Atrapalharam-se com a forte marcação brasileira, que não deixou Riquelme articular as jogadas. Com isso, Messi e Tevez ficaram isolados no ataque. A Argentina só chegou ao gol de Gomes, aos 28min, com uma cabeçada de ex-jogador corintiano.
O time de Dunga teve a oportunidade de ampliar o placar, aos 39min, num rápido contra-ataque. Robinho lançou para Cicinho, que errou na finalização.
Ao contrário da etapa inicial, o técnico argentino Alfio Basile adiantou a marcação no segundo tempo. Isso confundiu o time brasileiro, que não conseguia sair do seu campo de defesa. Apesar da pressão, Gomes não teve tanto trabalho.
Dunga decidiu mexer. Colocou o "ex-titular" Kaká em campo no lugar de Daniel Carvalho. A partir daí, o time brasileiro conseguiu minimizar o sufoco inicial.
A partir dos 20min, os brasileiros voltaram a equilibrar o jogo, coincidentemente quando Tevez foi substituído e vaiado pelos torcedores brasileiros presentes no estádio do Arsenal. Dois minutos mais tarde, a seleção nacional chegava ao segundo gol.
Kaká tabelou com Fred e rolou para Elano, que novamente entrou pela direita e anotou seu segundo gol com a camisa brasileira.
No final do jogo, logo após o gramado ser invadido por alguns torcedores, Kaká saiu do campo brasileiro em um rápido contra-ataque, deixou a defesa argentina para trás e tocou na saída de Abbondanzieri, decretando a primeira vitória da era Dunga.
