O carioca Frederik Barbieri apontado como o maior traficante de armas do país e o responsável pelo carregamento de 60 fuzis apreendido ano passado no Galeão, foi preso na madrugada deste sábado, 24, em Miami.
De acordo com as informações dadas pela polícia à TV Globo, Barbieri estava em casa quando foi detido por agentes do U. S. Immigration and Customs Enforcement (ICE). Com a prisão, a polícia americana conseguiu barrar o envio de 40 fuzis para o Brasil.
Barbieri, conhecido como Senhor das Armas, tinha dois mandados de prisão no Brasil - um da Justiça Federal da Bahia, por tráfico de munição anos atrás, e outro pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, justamente pelo envio deste carregamento de fuzis apreendido no Galeão.
Segundo o delegado, apesar do comércio de armas ser permitido nos Estados Unidos, Barbieri não era legalizado e, por isto, foi preso como contrabandista.Agentes das Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) e da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas mantiveram intensa troca de informações com as agências americanas que permitiram a prisão. Eles chegaram a vir para Miami, onde compartilharam dados e realizaram análises com os investigadores americanos.
Barbieri é acusado de ter enviado para o Brasil, em maio do ano passado, 60 fuzis escondidos em uma carga de aquecedores de piscina. Foi a maior apreensão de fuzis da história no Aeroporto Internacional do Rio nos últimos dez anos. Ela só foi possível graças à investigação das duas delegacias do Rio. Entre os armamentos havia fuzis AK-47, AR-10 e G3, que só poderiam ser usados por tropas de elite.
“Algumas das armas, ele comprou no mercado formal. Aqui no Rio, estas armas são revendidas por cerca de R$ 50 mil”, explicou Fabrício Oliveira, delegado da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme).
“A prisão foi muito importante para acabar com um esquema sofisticado de envio de armas de guerra dos Estados Unidos para o Brasil. Acreditamos que com a prisão de Barbieri a organização criminosa está desmantelada”, afirmou Oliveira.
No ano passado, a pedido do Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA), a Justiça Federal determinou a prisão e a extradição de Frederik Barbieri. A decisão atendeu à manifestação do MPF/BA do dia 6 de junho que determinou, ainda, a inclusão do réu na difusão vermelha (red notice) da Interpol – uma espécie de lista de criminosos internacionais que permite que o acusado seja preso no exterior.
Além da acusação de ser o dono da carga apreendida no Galeão no ano passado, Barbieri responde a ação penal movida pelo MPF em fevereiro de 2015, quando foi acusado de ser o responsável pelo envio de munições e acessórios para fuzis AK-47 – arma de fogo de uso restrito no Brasil – de Miami para o Rio de Janeiro, sem autorização da autoridade competente. A carga foi apreendida pela Receita Federal no porto de Salvador em 2010.
Em junho de 2017, logo após a apreensão de60 fuzis no Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, Barbieri deu entrevista ao programa da TV Globo, “Fantástico”, enegou ser traficante de armas. Foi somente após esta apreensão que o nome dele foi incluído na Interpol pelo caso de 2010. "Vão tentar me extraditar, só que eu volto a dizer: eu sou cidadão americano", disse ele na ocasião. Ele negou que esteja envolvido no esquema de armas e alegou ter uma empresa de consultoria em Miami.
Segundo a polícia, Barbieri entrou para o crime há cerca de 20 anos, negociando armas na Região Metropolitana do Rio. Depois de conseguir o green card, veio morar na Flórida com a família. Apesar dos crimes cometidos no Brasil, sua extradição é complexa, uma vez que ele é naturalizado americano.
Com informações do G1.