Os Estados Unidos anunciaram a reabertura das fronteiras para viajantes estrangeiros vacinados contra a covid-19 na segunda-feira, 20. Seja para turismo, negócios, família ou outro motivo, brasileiros comemoram o fim das restrições.
De acordo com o anúncio, feito pelo coordenador de resposta da COVID-19 da Casa Branca, Jeff Zients, todos os estrangeiros vacinados poderão entrar diretamente no país a partir de novembro. Além do Brasil, outros 32 países também tinham viajantes barrados.
"Este requisito de vacinação implanta a melhor ferramenta que temos em nosso arsenal para manter as pessoas seguras e prevenir a propagação do vírus", disse Zients.
Sem muitos detalhes ainda sobre como irá funcionar a liberação, o que se sabe é que os viajantes precisarão apresentar comprovante de vacinação completa (duas doses ou dose única da Janssen) no momento do embarque. Além do teste negativo de COVID-19 que continuará a ser exigido.
O uso de máscara também continua necessário, mas não haverá obrigatoriedade de quarentena em outro país.
Quais vacinas?Ainda não foram divulgadas quais vacinas serão aceitas. Por enquanto, segundo o CDC, a preferência é por vacinas produzidas e aplicadas nos EUA, como a Pfizer, Oxford/AstraZeneca e Jansenn. A principal dúvida recai sobre a Coronavac, que não foi aprovada pela agência reguladora americana.
Cotações de passagens em altaApós o anúncio, as cotações de passagens aéreas do Brasil para os EUA dispararam. Companhias começam a rever as operações de voos e já veem aumento na venda de passagens.
Mas Manoel Suhet, CEO da Business Traveler Deals, alerta que comprar passagens agora pode sair mais caro do que aguardar um pouco, uma vez que as companhias aéreas vão colocar mais voos para operar até o final do ano.
"Muita gente me ligou aflita para comprar passagens ontem e pagaram caro, pois as companhias ainda estão colocando voos adicionais para dezembro, então vale a pena esperar uns dias e monitorar online", afirma.
Na plataforma Kayak, há aumento nas buscas por passagens a Orlando (62%), Miami (61%) e Nova York (47%), na comparação semanal. Os índices, no entanto, são menores do que os registrados há um ano. Na terça-feira, o preço médio das viagens a Orlando era R$ 3.449; a Miami, R$ 3.561; e a Nova York, R$ 4.120, segundo o Kayak.
Consulados no BRA Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e os seus consulados ainda aguardam mais detalhes sobre procedimentos e cronograma para implementação da retomada dos serviços de vistos a turistas brasileiros.
"Estamos cientes do anúncio da Casa Branca sobre a liberação das viagens para os brasileiros aos EUA. Aguardamos mais detalhes sobre procedimentos e cronogramas para implementação. À medida que forem disponibilizados, vamos comunicar aos cidadãos brasileiros e norte-americanos", informou o Consulado dos EUA no Rio de Janeiro.
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ORGANIZAÇÕES DOS EUA SE UNEM PARA ACELERAR EMISSÃO DE VISTOS NO EXTERIORRetorno do turismo: Miami e Orlando seguem na liderança de destinos
Miami e Orlando seguem entre os destinos mais buscados pelos brasileiros. Miami foi o destino mais procurado na segunda-feira do anúncio, segundo o jornal O Globo em verificação com a empresa Decolar, seguido por Nova York, Orlando, Boston e Los Angeles.
"Depois do anúncio virou um 'tsunami'. As pessoas voltaram a cotar serviços e remarcar viagens que estavam em aberto. Bate com a validade de alguns ingressos comprados em 2019 e 2020 e a validade das passagens", conta a carioca Jaqueline Gois de Souza, que opera a Planeje Orlando, uma agência de turismo no Rio de Janeiro voltada para passeios em Orlando, especialmente nos parques temáticos.
Segundo ela, as próximas semanas provavelmente serão de bastante trabalho de novas remarcações.
"Existe uma demanda muito reprimida das viagens por conta desses quase dois anos fechado. Muita gente que está no limite por conta da validade das passagens aéreas. Então o que se está esperando é que o fluxo de viagens seja muito grande no período de férias de dezembro e janeiro. Tenho uma família pra final de novembro e uma pra maio", detalha.
Antecipar a viagem
Diretamente de uma feira de turismo em Las Vegas onde foi verificar o retorno do setor, a paulista Andreza Trivillin, que trabalha com turistas brasileiros em Orlando, confirma esse aumento na procura, inclusive de clientes que querem antecipar a viagem para o final deste ano.
"Desde o anúncio, houve um movimento muito grande de pessoas cotando conosco os passeios. Algumas inclusive já querem antecipar a viagem que estava planejada para julho do ano que vem para acontecer esse final de ano. Mas enquanto as regras e a data exata não sair, não temos noção do número de pessoas que virão. Os destinos turísticos estão muito contentes com essa reabertura porque vai retomar o turismo internacional nos EUA de brasileiros e também turistas da Europa que vemos muito", ressalta.