O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou o brasileiro Luiz Capuci, de 44 anos, CEO e fundador da Mining Capital Coin (MCC), Capuci, com sede em Port St. Lucie, Flórida, que se apresenta como plataforma de mineração e investimentos em criptomoedas, por supostamente orquestrar um esquema global de fraude de investimentos responsável por um prejuízo total de US$ 62 milhões aos investidores.
Segundo o Departamento, em comunicado publicado na sexta-feira (6), Capuci enganou os clientes ao vender pacotes de mineração com a promessa de lucros substanciais, além de trading bots (robôs de negociação) com tecnologia “nunca vista antes”.
O brasileiro responde por fraude eletrônica, conspiração para cometer fraude de valores mobiliários e conspiração para cometer lavagem de dinheiro internacional e pode pegar até 45 anos de prisão, se condenado em todas as acusações.
O escritório de campo do FBI em Miami e o escritório de campo de Miami da HSI estão investigando o caso.
“As fraudes baseadas em criptomoedas prejudicam os mercados financeiros em todo o mundo, pois os maus atores enganam os investidores e limitam a capacidade de empreendedores legítimos de inovar neste espaço emergente. O departamento está comprometido em seguir o dinheiro – seja físico ou digital – para expor esquemas criminosos, responsabilizar esses fraudadores e proteger os investidores”, justificou o procurador-geral assistente Kenneth A. Polite Jr. da Divisão Criminal do Departamento de Justiça.
A denúncia argumenta que o brasileiro enganou os investidores ao ofertar um programa de mineração e investimento na criptomoeda da empresa, Capital Coin, comprando “pacotes de mineração.” A investigação apontou ainda que Capuci e seus co-conspiradores, que não tiveram os nomes revelados, apresentavam a suposta rede internacional de máquinas de mineração de criptomoedas da MCC como sendo capaz de proporcionar altos lucros e retorno garantido dos aportes. Ele apresentava a Capital Coin como uma organização autônoma descentralizada (DAO) “estabilizada pela receita da maior operação de mineração de criptomoedas do mundo.”
“Este escritório está comprometido em proteger os consumidores de fraudadores inescrupulosos que buscam capitalizar a relativa novidade da moeda digital. Como em qualquer mercado emergente, aqueles que investem em criptomoedas devem tomar cuidado com as oportunidades de lucro que parecem boas demais para ser verdade, declarou o procurador dos EUA para o Distrito Sul da Flórida, Juan Antonio Gonzalez.
Para a acusação, Capuci também divulgou e vendeu de forma fraudulenta os “trading bots” da MCC na forma de um mecanismo adicional aos investidores, argumentando que tinha se juntado aos “principais desenvolvedores de software da Ásia, Rússia e EUA para criar uma versão aprimorada do Trading Bot[s] que [foram] testados com novas tecnologias nunca vistas antes” e que os robôs operavam em “frequência muito alta, sendo capazes de fazer milhares de negócios por segundo.”
“Os mercados de moedas virtuais estão crescendo rapidamente e, infelizmente, os golpes de investimento em criptomoedas também. O FBI e nossos parceiros de aplicação da lei estão comprometidos em investigar fraudes financeiras onde quer que ocorram, inclusive no espaço de moeda virtual, frisou o diretor assistente da Divisão de Investigação Criminal do FBI, Luis Quesada.
No caso de Capuci, as investigações também revelaram que ele teria recrutado promotores e afiliados para promover a MCC e seus programas de investimento por meio de um esquema de marketing digital multinível, conhecido como esquema de pirâmide. O que acontecia pela oferta de presentes, como relógios, iPads da Apple, veículos de luxo como Lamborghini, Porsche e até a Ferrari pessoal de Capuci, caso os promotores e afiliados levassem grandes investidores para a MCC.
As autoridades acreditam que ele tenha dupla cidadania e esteja atualmente no Brasil, ciente da acusação. Veja o comunicado do DOJ.
A Flórida, especialmente Miami, tem se destacado na área de criptomoedas. Veja a cobertura do Gazeta News sobre o assunto nos links abaixo.
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