Grandes bolhas de algas marinhas estão se movendo em direção à Flórida. Este é o cinturão atlântico de sargaço (Sargassum), que viaja todos os anos da África Ocidental até o Golfo do México.
Geralmente, os trechos são tão grandes que são visíveis do espaço. A Agência Espacial Europeia compartilhou uma imagem de satélite. Não é uma massa gigante, mas sim uma série de bolhas que se estendem por 60 milhas no Oceano Atlântico. Outra imagem mostra dois trechos no Mar do Caribe, abrangendo cerca de sete milhas.
Este ano, o amontoado de algas tem um comprimento de aproximadamente 8,8 mil quilômetros e pesa 10 milhões de toneladas. Um fator que contribui para o aumento pode ser a Bacia Amazônica, que tem liberado mais nitrogênio nos oceanos. Esse elemento serve para fertilizar o sargaço.
"Quase todos os anos temos uma floração diferente de tudo que já vimos, cada vez maior", diz Brian Barnes, da Universidade do Sul da Flórida, à BBC.
O sargaço é uma "macroalga marrom que flutua na superfície do oceano", de acordo com o Laboratório de Oceanografia Óptica da mesma universidade. No entanto, não se trata de uma "massa contígua", explica Barnes.
"Espera-se que o sargaço atinja a parte oriental da península de Yucatán (Belize e México) e as praias das Grandes e das Pequenas Antilhas. O tamanho e a frequência desse acúmulo de sargaço nas costas podem aumentar nos próximos meses", acrescenta Barnes.
O sargaço é um material importante para a vida marinha. Porém, depois de 48 horas acumuladas na terra, as algas começam a emitir toxinas, como o sulfeto de hidrogênio, que cheira a ovo podre.
Em termos ambientais, o sargaço "pode sufocar os ninhos de tartarugas marinhas na praia" e liberar "quantias de matéria orgânica dissolvida, que afetam os ambientes costeiros e seus habitantes", complementa Barnes.
Pior do que o cheiro, o sulfeto de hidrogênio também causa dores de cabeça, irritação nos olhos e dor de estômago se está presente em grandes quantidades no ambiente, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).
A razão exata para o crescimento do sargaço ainda está sendo estudada.
Here’s what you need to know about the ‘Great Atlantic Sargassum Belt,’ a.k.a. the world’s largest seaweed bloom, which could cause some major issues for beaches and tourism in Mexico and Florida pic.twitter.com/R3W3giF8bE
— NowThis (@nowthisnews) March 16, 2023